Rio - Desde que assumiu o comando da Seleção Brasileira, em novembro do ano passado, o técnico Emerson Leão convocou 62 jogadores. Este número excessivo se explica ao fato de o treinador não ter podido contar com os seus atletas preferidos em quase todas as partidas que comandou. A pressão dos clubes, tanto brasileiros quanto estrangeiros, foi determinante para que Leão escalasse sempre um time diferente para cada compromisso.
Leão estreou no comando da Seleção contra a Colômbia, no Morumbi, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002. A magra vitória de 1 a 0 - com o gol saindo no último minuto e marcado pelo zagueiro Roque Júnior - deixou o torcedor brasileiro desconfiado. Na ocasião, inconformados com a fraca exibição, os torcedores atiraram da arquibancada bandeiras brasileiras.
O indício de que 2001 não seria diferente do ano que passara ficou claro com os dois amistosos feitos antes de encarar o Equador, em Quito, pelas Eliminatórias. A Seleção passou sufoco para derrotar os EUA (2 a 1) e empatar com o México (3 a 3). A confirmação do insucesso veio com o confronto diante dos equatorianos, que dominaram os brasileiros e venceram por 1 a 0, pela primeira vez na história do confronto.
O péssimo futebol teve continuidade com um empate (1 a 1) com o Peru, novamente no Morumbi. O resultado deixou a equipe de Leão na quarta colocação das Eliminatórias, no limite para conseguir uma vaga, sem a necessidade de repescagem, para a Copa do Mundo.
A gota d'água para a demissão do treinador aconteceu com a pífia campanha na Copa das Confederações, no Japão e na Coréia do Sul. Foram cinco jogos e apenas uma vitória, logo na estréia contra Camarões (2 a 0). De lá para cá, a equipe acumulou vexames e empatou com os fraquíssimos Canadá e Japão, além de ter perdido mais uma vez para a França (2 a 1). Para piorar o retrospecto, a Seleção se despediu da competição sendo derrotada, outra de forma inédita, pela Austrália (1 a 0), disputa que valia a terceira colocação.