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CPI detecta rombo de R$ 25 mi na CBF
Sábado, 23 Junho de 2001, 14h27
Atualizada: Sábado, 23 Junho de 2001, 14h42

Brasília - A CPI da Nike não terminou em pizza, como esperavam seus adversários, cujo líder maior é o deputado federal Eurico Miranda (PPB-RJ). São 33 indiciados, entre dirigentes e empresários ligados ao futebol. Os negócios mal-explicados da CBF e de seu presidente, Ricardo Teixeira, estão minuciosamente descritos no extenso relatório, com cerca de 700 páginas.

Pela primeira vez, histórias do subterrâneo do futebol envolvendo atividades suspeitas de cartolas e empresários estão vindo à tona. De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade, desnudam “negócios das arábias”.

Instalada inicialmente para investigar irregularidades no contrato da CBF com a maior fabricante de material esportivo do mundo, a CPI mudou o foco central de apurações e realizou uma devassa nas contas da entidade. Acertou em cheio.

Somente no final do ano passado, o prejuízo da CBF atingiu R$ 25 milhões, apesar da fortuna investida pela Nike na entidade. ‘Zero Hora’ analisou cuidadosamente o relatório e revela hoje os meandros do mundo da bola que o torcedor – que realmente financia o futebol brasileiro garantindo audiência aos jogos na televisão, pagando ingresso no estádio, comprando artigos em lojas – sequer supõe.

A sangria de recursos rastreada pela CPI da Nike envolve desde empréstimos no Exterior a juros extorsivos até a recompra, pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, de um carro importado com 40% de desconto – adquirido um ano antes pela CBF. A análise das contas comprovou que a entidade responsável pelo comando do futebol tetracampeão mundial acumula prejuízos nos últimos anos – somente no final do ano passado, o déficit era de R$ 25 milhões.

O relatório final, de 700 páginas, foi encaminhado na sexta-feira aos ministérios públicos dos 26 Estados brasileiros, mais o Distrito Federal, pelo Procurador-Geral da República, Geraldo Brindeiro. Caberá aos MPs instaurar inquérito, primeiro passo para investigação formal do caso. Além de Teixeira, o relatório da CPI pede o indiciamento de outros 32 dirigentes e empresários ligados ao futebol. A investigação dos procuradores deverão se fixar nas contas da entidade, suspeita de remessa ilegal de dinheiro para o Exterior. De acordo com Brindeiro, o relatório aponta para “crimes federais, como sonegação e estelionato”, entre outros.

“São tantas irregularidades que não podemos concordar que nove meses de trabalho se percam”, afirmou o relator da CPI, deputado Silvio Torres (PSDB-SP).

Com a quebra do sigilo fiscal e bancário da CBF, a CPI teve condições de analisar a movimentação financeira da entidade entre 1995 e 2000. A investigação concluiu que nos últimos três anos a entidade sobrevive de patrocínios ou de empréstimos que extrapolam as taxas de mercado. Só de juros, multas e desvalorização cambial, a CBF desembolsou US$ 11 milhões nos últimos dois anos e meio. Os prejuízos: R$ 55 milhões entre 1997 e 2000. Mais ainda: no mesmo período, houve aumento de receita, de R$ 18 milhões para R$ 79 milhões. Os gastos com pessoal subiram 400%. Os salários de 11 diretores saltaram de R$ 1 milhão em 1998 para R$ 3,1 milhões no ano passado, com rendimentos em torno de R$ 30 mil mensais. Segundo a CPI, a remuneração é ilegal: a CBF é uma associação civil sem fins lucrativos.

Constam do relatório a transferência de cerca de US$ 9,7 milhões para o Exterior, parte do dinheiro em operações com ouro. Tais informações não foram explicadas por Teixeira em seu depoimento. Não indicam o país de destino ou o destinatário. A CBF realizou empréstimos junto a empresas ilegais de factoring (não pertencentes ao sistema financeiro) autuadas pela Receita.

“São empresas travestidas de factoring. Os empréstimos foram feitos de tal maneira que elevaram a taxa anual dos encargos de 69,5% para 100% ao ano. É excelente negócio para o credor e permite a possibilidade de desvio de recursos, solapando o caixa da CBF”, disse um técnico do Conselho Federal de Contabilidade no relatório.

A CBF contraiu ainda outros seis empréstimos com o Delta Bank, dos Estados Unidos, entre 1998 e 2000, no valor de US$ 39 milhões. Só de juros, com taxas anuais de até 52%, pagou US$ 6 milhões. O Banco Central suspeita de evasão de divisas. O avalista das operações é o próprio Teixeira – a Nike se recusou – apesar da discrepância entre os valores negociados e o seu patrimônio declarado (R$ 4,8 milhões).

Informações da CPI mostram que os 50 empréstimos feitos pelo banco no período tiveram juros menores. Teixeira alegou que as taxas foram elevadas por conta da crise na Rússia. Na época a taxa recomendada pelo Banco Central dos EUA era de 5%. Um dos empréstimos – de US$ 7 milhões – foi rastreado. O dinheiro percorreu três bancos diferentes desde que saiu do Delta Bank até a conta da CBF numa agência do Banco Rural, em Belo Horizonte. Um desses bancos fica nas Bahamas, paraíso fiscal do Caribe.

Agência RBS


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