Brasília - Não bastassem as denúncias de grande porte, envolvendo bancos internacionais, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, também aparece no relatório da CPI da Nike como o principal beneficiado em negócios menores, de varejo. Em 1994, ele comprou, com desconto de 40%, um automóvel Volvo importado e equipado com teto solar. Um ano antes, o veículo tinha sido adquirido pela CBF por US$ 76,5 mil.
A CBF ainda comprou, sem licitação, leite e derivados das fazendas do próprio Teixeira – o dirigente devolveu o dinheiro depois das denúncias – localizadas em Piraí, no Rio de Janeiro. Festas, almoços e jantares também foram realizados em restaurantes do dirigente – o El Turf e o City Port, no Rio de Janeiro. As notas fiscais revelam que uma das principais fontes de renda do El Turf é a CBF, que num único evento gastou R$ 32 mil. Parte do dinheiro foi gasto em espantosos 1,3 mil litros de chope.
A CPI também apurou que oito advogados de Teixeira contratados para defendê-lo em processos pessoais foram pagos pela CBF, ao custo de R$ 275 mil.
“Ele (Teixeira) administra a entidade como se fosse propriedade particular dele. É um modelo que vem sendo implantado também por presidentes de federações, inclusive o Perondi (Emídio Perondi), no Rio Grande do Sul, que fez doações para campanhas eleitorais”, afirmou o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito, Sílvio Torres (PSDB-SP).