Rio - A Seleção Brasileira vai se concentrar na luta pela quarta vaga sul-americana para a Copa do Mundo de 2002, já que a Argentina está virtualmente classificada, e o Paraguai e Equador estão em posição cômoda, admitiu nesta segunda-feira o coordenador-técnico da equipe, Antônio Lopes.

"Daqui para frente, vamos disputar (a classificação) com o Uruguai e a Colômbia", disse Lopes, visivelmente resignado pelos modestos planos do Brasil nas eliminatórias para o próximo Mundial, já que o Brasil perdeu para o Uruguai por 1 a 0, em uma partida realizada neste domingo em Montevidéu, válida pela 13a rodada do torneio. A resignação do coordenador é resultado das derrotas brasileiras para o Paraguai, Chile, Equador e agora, para os uruguaios.

Na classificação das eliminatórias, Brasil e Uruguai têm 21 pontos cada, mas os brasileiros estão na frente devido a um saldo melhor de gols. A Colômbia está em sexto, com 19 pontos. A Argentina continua na liderança isolada (32), seguida pelo Paraguai (26) e Equador (25).

No seu próximo compromisso, os brasileiros enfrentarão os paraguaios, numa partida que estava prevista para o Maracanã, mas que pode ser transferida para Curitiba devido ao racionamento de energia elétrica no Rio de Janeiro.

Lopes disse nesta segunda-feira que a CBF elaborou um plano de emergência de treinos para o jogo de volta contra o Paraguai (na ida o Brasil perdeu por 2 a 1), no dia 15 de agosto.

Segundo esse plano, a CBF pretende que a comissão técnica inicie uma peregrinação pela Europa para convencer os clubes locais a liberarem os seus jogadores convocados com antecedência, para a equipe ter mais treinos coletivos.

"Vamos a tentar conseguir que eles (os jogadores que atuam na Europa) estejam no Brasil pelo menos 10 dias antes" da partida contra o Paraguai, declarou Lopes. O último técnico da seleção, Émerson Leão, também utilizou esse recurso, mas os resultados foram nulos. A CBF chegou a se comprometer com os clubes europeus a não convocar esses atletas para a Copa América como condição para tê-los a tempo para o jogo com o Uruguai, e mesmo assim o sistema não funcionou.

Agora, o treinador Luiz Felipe Scolari voltará a negociar com os europeus pela liberação dos jogadores com tempo suficiente. Para Lopes, a atitude do Barcelona, por exemplo, que liberou Rivaldo uma semana antes da partida com o Uruguai, foi "irresponsável", acrescentando em seguida "de que nada adianta se preocupar com isso, temos que trabalhar".

Antônio Lopes também descartou a possibilidade do Brasil realizar jogos amistosos antes das partidas que restam pelas eliminatórias.

"De quê serviriam, se não poderemos ter os jogadores titulares?", perguntou o coordenador técnico. Depois do Paraguai, os brasileiros enfrentarão a Argentina, Equador, Bolívia e Venezuela.

France Presse