Curitiba - O Coritiba pode até ter ficado sem o título da Copa dos Campeões e a vaga na Libertadores da América, mas com certeza ganharia o prêmio de miss simpatia da competição se esse existisse.
Durante os quinze dias que ficou no Nordeste, a delegação do Coxa conquistou as cidades e os moradores de Maceió e João Pessoa.
Essa foi uma estratégia para a nacionalização do Coritiba. Um projeto a longo prazo da diretoria para que, no futuro, a equipe paranaense possa ser bem reconhecida em todo o território brasileiro. Pelos números da última pesquisa LANCE!/Ibope, o Coxa é o 17º clube de maior torcida no país e os dirigentes querem mudar esse quadro.
”Nosso objetivo foi conquistar a simpatia. A idéia é começar pelas crianças e pelas mulheres. Elas são mais fáceis de serem sensibilizadas e de fazerem o pai ou o marido gostar do Coritiba, ser torcedor e até virar sócio”, explica Carlos Zanetti, superintendente do clube.
No Nordeste, a idéia deu tão certo que, no primeiro jogo do torneio, contra o Corinthians, em Maceió, o Coritiba tinha maioria dos torcedores nas arquibancadas e, impulsionado pela galera, venceu o Timão por 1 a 0 e eliminou a equipe paulista na rodada seguinte, em João Pessoa, com um 2 a 0.
Antes das partidas, pessoas ligadas ao Coritiba distribuíam brindes do time para os torcedores. Foram duas toneladas de material de divulgação - camisetas temáticas, bonés, chaveiros, adesivos e canetas, que acabaram logo e os dirigentes trataram de encomendar uma nova remessa. O custo dessa campanha de marketing na Copa dos Campeões não ultrapassou os R$ 50 mil.
Famosos por torcerem mais para os times do Rio de Janeiro, os nordestinos se renderam ao verde e branco do Paraná. Era cena comum achar um taxista com chaveiro do Coritiba, um flanelinha de camiseta e um ambulante de praia com adesivo do clube no carrinho de água de côco. Até o cantor de forró Genival Lacerda vestiu o uniforme oficial do time para fazer seu show para um público estimado de 20 mil pessoas.