Buenos Aires - As denúncias contra o racismo e os racistas pronunciadas nesta sexta-feira por Pelé e pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, foram das mais comoventes na conferência organizada em Buenos Aires para repudiar a discriminação e a xenofobia no futebol.
Pelé não pôde vir à capital argentina por razões familiares, mas foi lido um documento de sua autoria no qual assinalou que "o racismo repousa na ignorância e na covardia".
Outra mensagem foi enviada pelo secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, que disse estar "feliz por ver a família do futebol decidida a combater o racismo".
Blatter rechaçou o racismo por ser "uma praga ruim e vil da sociedade" e acrescentou que o futebol,"com as 250 milhões de pessoas que participam diretamente de sua atividade, como jogadores, empregados, técnicos, médicos e outros profissionais, pode oferecer o melhor mas também pragas".
"Como as pragas da injustiça, da fraude, do racismo, da violência.Portanto, em princípio, o futebol encarna por definição todos os valores para se opor ao racismo acima das fronteiras, das raças e das religiões", disse o presidente da Fifa.
O francês Lilian Thuram, campeão mundial na França-98, vítima de ações racistas na Liga italiana, disse na conferência que "a história dos povos é fruto de uma união de comunidades".
"A palavra raça deve desaparecer do vocabulário que usamos, porque somos de comunidades diferentes, mas não de raças", afirmou Thuram.