São Paulo - A imprensa mexicana não perdoou. Depois de assistir à voadora cinematográfica feita por Fábio Costa no peito de um jogador do Atlas, os jornais de Guadalajara apelidaram o goleiro santista de "A Patada Voadora".
Essa não foi a primeira confusão. A carreira do camisa 1 revela outros episódios de destempero. Como no Brasileirão de 99, quando atuava pelo Vitória, num jogo contra o Atlético-MG, o goleiro deu golpes de capoeira em Lincoln e Gallo, armando uma briga generalizada no estádio Independência.
Acostumado ao temperamento de seu comandado, Geninho já abriu mão de tentar mudar-lhe a cabeça quente. Sabe que o goleiro não é um jogador experiente e vai amadurecer. “O Fábio é um goleiro brilhante, mas ‘abana’ muito fácil. Ele é rodado, não experiente”, explica o técnico, sabendo que a qualquer minuto Fábio Costa pode novamente atravessar o campo correndo para acertar um "sem-pulo" no adversário.
Ao desembarcar na quarta-feira no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, bem ao seu estilo, afirmou não sentir arrependimento do que fez. Porém, promete policiar-se para não repetir a agressão no Campeonato Brasileiro. “Temos que tomar cuidado para que isso não se repita no Brasileiro. Pode dar um ‘gancho’ maior. No México, minha expulsão aconteceu pelo nervosismo do jogo. Foi justa, mas a do Claudiomiro e do Paulo Almeida foram premeditadas”, detonou, reclamando da arbitragem que deixou o Santos com oito contra o Atlas.
E foi reclamando de juízes que o goleiro já perdeu a cabeça algumas vezes. Como no Rio-São Paulo deste ano, quando atirou um chinelo na direção do árbitro Amaurílio Saleão. “A minha reação é de momento. Tudo o que eu digo ou faço vem do coração”, justifica, capaz de defesas espetaculares e explosões de fúria em uma fração de segundo.