Rio - Passados, praticamente, 60 dias desde a final do Campeonato Mineiro, no dia 3 de junho e, pelo que pode ser constatado, todo esse tempo não foi suficiente para que o sofrido gramado do Mineirão fosse recuperado. Ao invés de reforma, durante esse intervalo, o estádio acabou sediando um evento religioso, o que agravou ainda mais a situação, uma vez que há muito tempo o gramado vem sendo castigado por uma praga.
Na Ademg, responsável pela administração do Mineirão, os argumentos são de que o tratamento para combater a praga está sendo feito e que o evento religioso, lá realizado, não afetou a recuperação do gramado. No entanto, o que se vê são placas de grama se soltando e uma grande quantidade de areia, onde já não há mais gramado.
O atacante Guilherme, do Atlético Mineiro, não esconde sua preocupação quanto às condições inadequadas para se jogar futebol no Mineirão e recrimina o descaso das autoridades. Mas, ainda assim, não perde a esperança de que o problema seja resolvido.
“É lastimável o gramado de um estádio como o Mineirão ficar na situação precária em que se encontra. Além da praga que atacou a grama, ainda tem show no campo e isso tudo só atrapalha. Vamos torcer para que ele volte a ser o tapete que era antes”, disse Guilherme.
Já Alexandre Kalil, presidente do conselho deliberativo e homem forte do Atlético prefere não polemizar mais sobre o caso, pois segundo ele, não é preciso dizer que faltou competência à Ademg para resolver o problema.
“Não quero bater mais na Ademg do que já bati. O gramado do CT do Atlético era péssimo e em vinte e cinco dias nós o transformamos em um tapete. Chamar o gramado do Mineirão de pasto é até uma ofensa aos pastos, pois ele está muito pior”, disse Kalil, relembrando a crítica feita por Zezé Perrella, presidente do Cruzeiro, que chamou o gramado do estádio de pasto.
Apesar de considerar a situação crítica, Kalil não admite que os jogadores do Atlético utilizem o mal estado do gramado do Mineirão como desculpa para um possível tropeço no jogo de desta noite, contra o Coritiba, na estréia das duas equipes no Campeonato Brasileiro.
“A grama é aquela, não é. Então, o Atlético tem que entrar e ganhar o jogo de qualquer jeito, pois as dificuldades existirão para os dois times”, concluiu.
O jogo entre Atlético e Guarani, marcado para o dia 12 de agosto, teve que ser transferido do Mineirão para o Ipatingão, em Ipatinga, na região do Vale do Aço, e a diretoria atleticana começa a pensar em outras alternativas para os jogos em que for mandante, pois a previsão é de que o Mineirão seja até mesmo interditado.
E como se já não bastasse, nos dias 11 e 12 deste mês o Mineirão será palco para mais um evento musical. Desta vez, cerca de 16 bandas de rock serão a atração para milhares de jovens que estarão pisoteando o gramado durante os dois dias. Resta saber o que vai sobrar.