Rio - Uma tempestade alterou a programação da Seleção Brasileira feminina de vôlei que está disputando o Grand Prix na China. Depois de deixar Hong Kong às 8h da manhã, o time brasileiro seguiu viagem até Pequim, onde fez uma escala de cinco horas.
Diferente da seleção chinesa, que chegou no exato momento do embarque, brasileiras e japonesas procuraram diferentes maneiras de distração na tentativa de fazer o longo tempo de espera passar. Enquanto as campeãs da etapa de Hong Kong se divertiam com os seus aparatos tecnológicos - joguinhos eletrônicos, rádios de última geração e computadores que cabem na palma da mão -, as brasileiras não pensaram duas vezes: esticaram os seus agasalhos no chão frio do saguão e, ali mesmo, continuaram o sono interrompido horas antes.
Uma vez terminada a escala na capital chinesa, o vôo até Harbin duraria no máximo duas horas, não fosse pela tempestade, que fecharia o aeroporto da cidade. Após alguns minutos de desagradáveis e intensas tuburlências, que chegaram a arrancar suspiros dos passageiros, a decisão tomada foi a de fazer um desvio até a cidade de Shanyng, a 50 minutos de Harbin.
Sem saber ao certo o que estava acontecendo, alguns passageiros chegaram a tirar as suas malas dos compartimentos de bagagens.
"Não entendi nada. Para mim, já estávamos em Harbin", exclamou o assistente-técnico brasileiro Luizomar Moura, um dos primeiro a se apresentar na porta de saída, arracando gargalhadas das jogadoras brasileiras. O detalhe maior foi que tudo isso aconteceu ao som da trilha sonora do filme Titanic. "Será que eles não tinham uma música melhor para colocar" , perguntou a levantadora Fabiana Berto.
Não havia outra opção. O jeito era sentar e esperar, sem previsão para a retomada da viagem. Mais uma vez, a alternativa foi entreter-se durante as três horas de espera. Desta vez, duas mesas de truco improvisadas sobre as malas fizeram a alegria da delegação brasileira. As duplas Fabiana Berto/Karin e Luizomar/Kely saíram como as grandes campeãs.
Já em Harbin, mais 40 minutos de ônibus até o hotel fecharam com chave-de-ouro a viagem de quase 18 horas. No entanto, tudo tem a sua recompensa. Hospedadas num hotel de alto luxo, as brasileiras saborearam a sua melhor refeição até aqui: arroz, carne e batata frita.