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Ex-companheiros lamentam desvios na carreira de Válber
Terça-feira, 14 Agosto de 2001, 01h14
Atualizada: Terça-feira, 14 Agosto de 2001, 01h17

Santos - Aos 34 anos, o zagueiro e volante Válber chegou ao Santos com uma missão. Além de vencer a barreira da idade, Válber tem de provar que ainda pode mostrar o futebol que o fez ser considerado um dos melhores zagueiros do mundo. Mas a carreira de Válber revela um atleta que tinha tudo para ser um craque, mas deixou passar a oportunidade por causa de problemas ocorridos fora das quatro linhas.

“O Válber era um dos únicos jogadores do mundo que conseguiam fazer a função de líbero. Ele ficou dois anos no São Paulo como um dos melhores do mundo. Mas o fato de sair do São Paulo e começar a rodar por muitos clubes fez com que ele tomasse outro rumo”, afirma o goleiro Zetti, seu ex-colega de Tricolor.

Aos 25 anos, Válber disputou pela primeira vez uma partida com a camisa da Seleção Brasileira, com a promessa de ser o titular da zaga para os próximos anos. Saiu após dez jogos pelo, na derrota para a Bolívia pelas Eliminatórias, em 1993, e após fugir da concentração.

Junto com a saída da Seleção, Válber também começou a enfrentar problemas que minaram sua reputação no time do São Paulo. Sob o comando do exigente Telê Santana, o zagueiro constantemente faltava aos treinos. A desculpa era sempre a mesma: algum problema familiar tinha ocorrido e ele não iria treinar. “O problema dele era a inconstância nos treinos. Ele tinha muitos problemas com a família. Mas não dá para dizer que não cumpria as coisas”, conta o preparador físico Moraci Sant’Anna, que trabalhou com Válber no São Paulo e no Fluminense.

Enquanto isso, a carreira do jogador deteriorava. Além das faltas aos treinos, os casos amorosos fora de campo tornavam sua vida ainda mais turbulenta. De potencial craque, se transformou em incógnita. “Além dos problemas com a família, o Válber já tinha se separado duas vezes”, afirma Sant’Anna.

“Ele tinha tudo para ser um dos melhores do mundo. Era forte fisicamente e dono de uma habilidade incrível. Mas tinha muito problemas...”, completa Muricy Ramalho, que foi seu treinador no São Paulo em 96.

Depois de deixar o clube paulista, Válber teve um pouco de sucesso no Vasco, que defendeu em 97, 98 e 2000. Já como volante, o jogador ganhou um Campeonato Brasileiro e a Copa Libertadores. Mas, nesse período, não se firmou na equipe titular. “Tecnicamente ele era excepcional. Deveria ter participado de duas Copas, a de 94 e a de 98”, acredita o volante Luisinho, ex-colega no Vasco.

Agora, Válber tenta mostrar, em seu oitavo clube, que ainda pode aliar técnica e profissionalismo e voltar a brilhar dentro de campo. Neste ano, ficou pouco mais de um mês no Coritiba e foi dispensado pela comissão técnica. Hoje, no Santos, o empenho é maior. Ele é o primeiro a chegar e último a ir embora do CT. Mas a dúvida é se ele vai recuperar a forma física e ficar na linha.



L!Sportpress


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