Rio - Apesar da gravidade das denúncias da CPI do Senado, que até agora não foram respondidas, a saída de Ricardo Teixeira da presidência da CBF é, no momento, uma possibilidade remota. Em pesquisa feita pelo LANCE!, ficou constatado que o dirigente tem apoio suficiente entre clubes e federações para se manter no cargo. E, por enquanto, o Ministério do Esporte e Turismo não tem como intervir na CBF.
Foram ouvidos 35 representantes de clubes da Primeira Divisão e federações – que não tiveram de se identificar –, entre os 55 que compõem a Assembléia Geral da CBF, único orgão que pode pedir a destituição de Teixeira. Dos 35 dirigentes consultados, nove se mostraram favoráveis à saída de Teixeira, nove contra e 18 acham cedo para tomar uma posição sobre o assunto.
São necessários 44 votos, ou 3/4 da Assembléia Geral, para destituir o presidente do cargo, como fica determinado no artigo 19, segundo parágrafo, do estatuto da CBF.
Entre os clubes, a oposição a Texeira é mais forte, mas o majoritário apoio das federações garante a sua permanência. Dos 24 representantes de clubes ouvidos, oito querem a saída imediata do presidente e três estão ao seu lado. O grupo restante, de 11 dirigentes, não quer a saída imediata, mas exige uma explicação.
Aliás, mesmo entre as federações, a maioria aliada a Teixeira, foram comuns os pedidos de que fosse realizada uma Assembléia Geral para que Teixeira esclareça os fatos. Tanto que o presidente não conta com a unanimidade. De 11 presidentes de federações consultados, seis o apoiaram e quatro querem esperar as suas respostas. O único dissidente é o pernambucano Carlos Alberto Oliveira.
A outra alternativa era a intervenção. Mas, ao ser consultado pelo ministro do Esporte e Turismo, Carlos Melles, a Advocacia Geral da União, não recomendou a interferência na CBF por causa do artigo 217 da Constituição, que dá autonomia às entidades desportivas. A assessoria jurídica do ministério estuda as possibilidades, mas, no momento, não haverá intervenção. E Teixeira não quer renunciar.