Rio - Depois de não ter conseguido ouvir o presidente do Vasco, deputado Eurico Miranda (PPB-RJ), que só aceitou prestar depoimento em seu gabinete, a CPI do Senado, que investiga supostas irregularidades no futebol brasileiro, também ficou sem ouvir o vice-presidente de finanças do clube carioca, Mário Cupello, que não compareceu a Brasília nesta terça-feira para depor alegando que não foi comunicado pela Comissão sobre a sua convocação.
Com isso, a ira dos senadores aumentou e eles decidiram que, além de Cupello, vão ouvir também Aremithas José de Lima, funcionário do departamento de futebol do Vasco, acusado de ser "Laranja" de Eurico.
Às 10h, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), presidente da Comissão, abriu a sessão e anunciou que Cupello não compareceu porque não tinha sido comunicado do depoimento. Os senadores então decidiram enviar ao Rio de Janeiro alguns secretários para negociar com Cupello a data de um novo depoimento. O dirigente não poderá se negar a depor.
“O Cupello jamais vai poder se negar a depor. Ele vem a Brasília nem que seja sob vara”, afirmou o senador Geraldo Althoff (PFL-SC), relator da Comissão.
As decisões dos dirigentes do Vasco estão causando um efeito dominó que prejudica outras pessoas do clube. Primeiro foi Eurico, que ao não depor prejudicou Cupello, que foi convocado pela Comissão. Agora foi a vez do vice-presidente de finanças prejudicar Aremithas, que terá que depor. Os secretários da CPI, que estarão no Rio de Janeiro, além de negociarem com Cupello a data do depoimento vão combinar com o funcionário um dia para ele depor. Aremithas poderá depor em casa se seu estado de saúde impedir que ele preste depoimento em Brasília.