Belo Horizonte - Em boa fase e prestes a marcar seu milésimo gol em campeonatos brasileiros, o Atlético-MG foi atingido nesta sexta-feira por uma bomba nos bastidores. Em uma sentença de primeira instância proferida pelo Juiz Geraldo Senra Delgado, da 24a Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte, o clube mineiro foi condenado a pagar US$ 5,8 milhões (R$15,5 milhões) ao grupo investidor WRV Empreendimentos e Participações LTDA.
A WRV (Wálter, Roni e Vicente) é uma empresa que pertence aos donos de uma tradicional rede de supermercados da capital mineira, o EPA. Ano passado, o grupo adquiriu 60% dos passes do zagueiro Cláudio Caçapa e do atacante Guilherme, por US$2,4 milhões e US$3,6 milhões, respectivamente.
No dia 30 de junho deste ano, o Atlético vendeu Caçapa ao Lyon, da França, por US$5,25 milhões. O clube mineiro, porém, não honrou integralmente o repasse que deveria fazer ao sócio.
Após várias tentativas de acordo, a WRV moveu na terça-feira passada uma ação de execução contra o clube, solicitando como garantia o arresto de bens móveis e imóveis, inclusive contas bancárias dos Executados.
A empresa exige US$ 4 milhões por 60% do passe de Guilherme (incluídos 12% de juros ao ano), US$2,55 milhões pelos de Caçapa e US$1,2 milhão de multa pelo descumprimento contratual, o que totaliza aproximadamente US$ 7,8 milhões.
Com o desconto dos US$ 2 milhões já liquidados pelo Atlético, a dívida cai para US$5,8 milhões, tendo o clube 24 horas para pagar. Caso contrário, a penhora de bens já está autorizada pela Justiça.
Nenhum membro da atual diretoria do clube mineiro, que deve recorrer da decisão, foi encontrado pelo LANCE! para comentar o assunto.