Rio - Confirmada a suspensão de Grêmio x Santa Cruz aos 16 minutos, na tarde deste domingo, no Olímpico, em Porto Alegre, por causa das chuvas, começou a polêmica sobre quando o jogo continuará.
O regulamento diz que partida adiada deve ser realizada até 24 horas depois. O Grêmio, no entanto, acha que o caso é de jogo interrompido, devendo recomeçar aos 16 minutos. Nesse caso a CBF marca nova data atendendo os interesses de todos. Dirigentes do Santa Cruz concordam, e afirmaram que a delegação voltará segunda-feira pela manhã para Recife, onde enfrentará o Atlético-PR quarta-feira.
O Tricolor, que já está classificado para a próxima fase da Copa Mercosul, oferece as datas de 16 ou 17 de outubro, reservadas a essa competição, por já estar classificado à próxima fase.
José Otávio Germano, vice-presidente de futebol do clube gaúcho, acusou a vice-presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Lacy Ughini, de "colorada", por não ter tomado a iniciativa de adiar o jogo duas horas antes. Segundo Germano, Lacy Ughini queria que o Grêmio, que enfrentará o Fluminense quarta-feira, chegasse cansado e com jogadores lesionados no Gre-Nal de sábado próximo.
Mas a grande maioria das críticas desabou mesmo sobre o árbitro, o catarinense Paulo Henrique Bezerra. Chove forte e sem parar em Porto Alegre desde a noite de sábado. O gramado do Olímpico estava impraticável, completamente alagado. Grêmio e Santa Cruz concordavam em adiar o jogo – para mais adiante, por terem jogo quarta-feira e porque a previsão marca a continuação da chuva.
Bezerra, porém, foi inflexível. Não quis conversa com ninguém – nem com o diretor de árbitros da FGF, José Luís Barreto, que achava a realização do jogo "um absurdo". Bezerra examinou o campo e o considerou em condições. O presidente do Grêmio, José Alberto Guerreiro, ainda tentou fazer o árbitro assinar um documento, responsabilizando-se por eventuais lesões nos jogadores do Tricolor. Bezerra se negou. Ele queria mesmo voltar para Santa Catarina com a missão cumprida, isto é, jogo realizado e cachê garantido.
Iniciada a partida, confirmou-se tudo o que se previa: a bola não andava. Os jogadores precisavam levantá-la com o bico da chuteira e dar um balão. Aos 15 minutos, pressionado por técnicos e jogadores, Bezerra enfim deu o braço a torcer. Mas ainda tentou livrar a cara:
“Quando eu examinei o campo, dava para jogar. Depois é que piorou.” Não era verdade. O campo já estava alagado quando ele fez a vistoria, às 14h35.