Rio - O fato do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, não poder prestar depoimento na CPI do Senado, que investiga supostas irregularidades no futebol brasileiro, por causa do seu estado precário de saúde, não vai impedir que a Comissão busque outras fontes de informação sobre a entidade.
Apesar de não confirmarem, os senadores já pensam na possibilidade de convocar outros dirigentes da CBF. Neste caso o mais cotado é Alfredo Nunes, presidente interino da entidade.
A CPI ainda não recebeu um comunicado oficial da entidade avisando que Teixeira não vai depor no dia 31 de outubro, mesmo assim os senadores já trabalham com esta possibilidade. “Ainda não recebemos um comunicado oficial do senhor Ricardo Teixeira, mas se ele chegar não vamos discutir com um atestado médico. Apenas vamos convocar outros dirigentes da CBF para repor nossas fontes de informação”, afirmou o senador Álvaro Dias (PDT-PR), presidente da Comissão.
Para Álvaro Dias, se Teixeira está doente para depor, também deveria estar doente para comandar a CBF. “Acho que se a saúde dele é precária para depor, também é para dirigir a CBF. Ele deveria se afastar da entidade para o bem de sua saúde e do futebol brasileiro”, afirmou Álvaro.
Alertado sobre o fato do presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Eduardo José Farah, assumir o comando do futebol brasileiro no lugar de Teixeira, o presidente da CPI mostrou seu desânimo. “Num momento como esse, que o Brasil começa a se preparar para a disputa de uma Copa do Mundo, o ideal era que assumisse a CBF alguém com prestígio nacional e internacional”, afirmou Álvaro.
Álvaro Dias revelou que a CPI descobriu irregularidades na contabilidade do I Mundial de Clubes, realizado em janeiro de 2000 no Rio de Janeiro e em São Paulo. Júlio Mariz, organizador da competição, foi convocado para depor em data a ser definida pela Comissão.