Rio - Um dia depois da "Bancada da Bola", composta por senadores ligados a clubes e entidades, ter se manifestado pela primeira vez na CPI do Senado, que investiga supostas irregularidades no futebol brasileiro, o clima entre os membros da Comissão continua ruim. O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) resolveu responder as acusações feitas pelo senador Álvaro Dias (PDT-PR), presidente da CPI, dando conta de que o PMDB está disposto a obstruir os trabalhos da Comissão.
Suassuna, em entrevista a emissoras de rádio de Brasília, não só se defendeu das acusação como partiu para o ataque, chamando Álvaro de autoritário.
“Não queremos atrapalhar o trabalho da Comissão, mas o seu presidente vem abusando do autoritarismo. Ele chegou ao ponto de fazer convocações sem colocá-las em votação”, afirmou Suassuna.
A resposta de Álvaro veio em seguida. Ele lembrou que todos as convocações foram aprovadas pela maioria dos membros da CPI e insinuou que a "Bancada da Bola" pretende desmoralizar a Comissão.
“Nesta fase da CPI que chegamos quem quer atrapalhar segue dois caminhos: ou transforma a CPI numa grande pizzaria ou num palanque eleitoral. Quanto às convocações, todas elas contaram com a assinatura da maioria dos membros da Comissão”, afirmou Álvaro.
Nesta quinta-feira os senadores ligados ao relator da Comissão, senador Geraldo Althoff (PFL-SC), decidiram que não vão fazer nenhum tipo de movimento para tentar convocar outros dirigentes da CBF. Eles entendem que o que foi decidido na véspera pela maioria deve ser acatado, embora entendam que seriam necessárias outras convocações. Dessa forma o último depoimento a ser tomado pela Comissão será do contador da CBF Oswaldo Ferreira, que vai depor na próxima quinta-feira, 8 de novembro.