Rio - Os dirigentes do Grêmio ficaram indignados com a Fifa, por ter fixado em apenas US$ 5,9 milhões o valor a ser pago pelo Paris-Saint Germain por Ronaldinho.
“É óbvio que esse não é o valor de mercado do jogador”, disse o advogado Jayme Eduardo Machado, vice-presidente do clube gaúcho. “A deacisão da Fifa é um incentivo à pirataria. Depois dessa, basta colocar o jogador num clube europeu e esperar a fixação da indenização num valor baixo.”
Machado, que falou ao Lance! por telefone desde Manaus, disse que precisaria esperar o retorno do presidente José Alberto Guerreiro da Argentina, onde ontem o Tricolor enfrentaria o Talleres, para tomarem uma posição oficial. Mas adiantou que dificilmente será possível modificar a sentença da Fifa. “O recurso seria à própria Fifa”, disse.
Mas reiterou que o Grêmio continuará buscando uma indenização na Justiça do Trabalho brasileira. A ação já teve decisão em primeira instância: Ronaldinho terá que indenizar o Grêmio em R$ 30 milhões. Porém, tanto o clube quanto o advogado do jogador, Sérgio Neves, entraram com recurso, que será julgado pelo Tribunal Regional do Trabalho.
Para Machado, a decisão da Fifa foi mais uma prova de que a entidade sofre pressões dos clubes da União Européia. E que cede a essas pressões elaborando legislações que os favoreçam, em detrimento dos clubes do Terceiro Mundo.
“Quer mais um exemplo? A Fifa tinha decidido que jogadores com menos de 18 anos não poderiam ser transacionados para fora de seus países. Por pressão dos europeus, foi feita uma ressalva – desde que a família vá junto. Com isso, levas e levas de meninos africanos continuam indo de graça para a Europa, só que agora com os pais.”