Rio - Os jogadores do Fluminense comentam que não há sede de vingança em relação ao Flamengo, que contribuiu diretamente no primeiro rebaixamento do Tricolor em 1996. Agora, é a equipe das Laranjeiras que está em situação confortável no Campeonato Brasileiro e, mesmo não declarando, vai fazer de tudo para empurrar o rival para o precipício, neste sábado, às 17h, no Maracanã.
Como o Flamengo está apenas duas posições acima da zona de rebaixamento, uma derrota pode significar definitivamente o inferno de ter que lutar até o fim da competição para nela se manter, no próximo ano, a exemplo do que fizera o adversário, mas sem sucesso. E embora não divulgue, o Fluminense lutará com unhas e dentes pela vitória para, de quebra, dar o troco no rival, ainda que fiquem restando seis rodadas.
Mas ao contrário deste momento, em 1996, as derrotas do Flamengo para o Criciúma e Bahia ocorreram nas duas últimas rodadas e foram decisivas para a queda do Fluminense, que lutava contra estas equipes para continuar na elite do futebol brasileiro. Eis que surgiria a virada de mesa no ano seguinte, com o Tricolor tendo uma nova oportunidade para apagar o vexame daquela campanha. No entanto, mais uma vez a equipe obteve péssimas exibições, determinantes para o novo rebaixamento, afinal rigorosamente cumprido em 98.
Principal estrela tricolor, o meia Roger puxou o discurso dos demais companheiros, garantindo não haver qualquer sentimento em relação ao rival, muito menos o de vingança. O jogador teve a semana inteira para continuar o tratamento no tornozelo e parte confiante para vencer o seu primeiro Fla-Flu. O entusiasmo se estende ao técnico Oswaldo de Oliveira, que não quer deixar escapar a chance de ver o Tricolor continuar figurando entre os melhores do Brasileiro. Até o momento, o clube ocupa a sexta colocação, com 35 pontos.
Do outro lado, a situação é crítica. Com apenas 20 pontos, o Flamengo precisará mais do que nunca de um resultado satisfatório para afastar, mesmo que temporariamente, o risco de ficar entre os quatro piores da competição. Classificado para as semifinais da Copa Mercosul, o Rubro-Negro vai usar este fato para motivar o grupo para o clássico, apesar dos desfalques de Petkovic e Reinaldo, suspensos por terem sido expulsos na partida contra o Grêmio. Rocha ocupa a vaga do iugoslavo, enquanto Roma entra no ataque ao lado de Edílson.
O Fla-Flu deste sábado marcará o reencontro do torcedor com a geral, fechada há dez meses por determinação do Governo Estadual. A iniciativa partiu do presidente da Suderj, Francisco de Carvalho, que teve como argumento o exemplo de outros estádios do país em que o setor mais popular continua funcionando normalmente. O Mineirão, em Belo Horizonte, foi o mais citado.