Rio - Quando foi convocado para a Seleção masculina de vôlei para o lugar do líbero Escadinha, do Banespa, Serginho, do atual time bicampeão da Superliga, o Telemig Celular/Minas, não conseguiu conter as lágrimas.
"Chorei muito, de alegria. Foi a felicidade total. Afinal, o duro que damos nos treinos tem como objetivo representar bem os nossos clubes, mas o sonho de todo atleta é um dia ser convocado para representar o país. Dei o primeiro passo. Agora, é lutar para garantir este espaço", disse o líbero estreante em uma seleção brasileira adulta, natural de Belo Horizonte, de 23 anos e 1,83m.
Levantador em 1994, Serginho foi convocado para a seleção infanto-juvenil, mas foi cortado pelo técnico Percy Ocken. Antes disso, no entanto, a praia do líbero era outra: defendeu as categorias de base do futsal do Minas Tênis Clube de 1986 a 1991. "O Minas Tênis tem a hegemonia em Minas Gerais. Foram muitos títulos", lembra.
De volta ao voleibol, Serginho obteve a quarta colocação na Superliga 99/00 defendendo a gaúcha Ulbra e foi campeão na temporada passada pelo Telemig Celular/Minas. "É uma sensação indescritível.”
A sensação é a mesma que vem sentindo na seleção. "Isso é muito bom. É inacreditável, mas estou me sentindo em casa. Estou convivendo com três companheiros do clube (o levantador Maurício, o meio-de-rede Henrique e o oposto André Nascimento) e se o Giba estivesse aqui seriam quatro. Isso ajuda muito, embora na minha função o maior entrosamento tenha que ser com os passadores: Nalbert, Giovane e Dante. Mas não tem mistério: é só dividir o espaço e cada um cuidar do seu pedaço. Tenho contado com o apoio de todos. Do Bernardinho ao médico", conta Serginho.
"O Bernardinho tem me dado muitos toques. Ele tem um cuidado muito especial com cada um de nós. Aliás, todos têm. Estamos sempre cercados de cuidado. Estou gostando muito. Treinamos bastante, somos muito exigidos, mas há enorme qualidade. Nunca passa pela cabeça que estamos perdendo tempo. Há sempre um motivo, uma explicação. É realmente uma grande oportunidade. Estou trabalhando com o Tabach e o Chico (Ricardo Tabach e José Francisco dos Santos, assistentes técnicos de Bernardinho), que foram do Minas, mas na época só via de longe", lembra Serginho.
Sobre a estréia, Serginho está ansioso. "Não vejo a hora de acontecer. Espero que seja boa, assim como todos os outros jogos. Quero voltar ao
Brasil e poder comemorar com o meu avô Raimundo, que tem mais de 80 anos e jogou voleibol em mil quinhentos e tarará…", brinca o jogador. "Quando fui convocado, foi tudo tão rápido que nem tive tempo de passar lá para abraçá-lo", explica.
Enquanto o tempo passa, Serginho tem outros planos. "Quero aproveitar tudo. Aprender e dar o máximo que puder. E o melhor de tudo isso é que me
sinto seguro, o que é difícil para quem estréia. Mas acho que o segredo é esse cuidado geral de todos. Pela primeira vez fico longe de casa durante 20 dias, no Japão, mas não estou me sentindo sozinho. Você sabe que os caras estão ali, para o que der e vier. Isso é muito importante nessa comissão", encerra Serginho.