Rio - Poucas equipes podem contar com a experiência de um jogador que já disputou 480 partidas. A Seleção masculina de vôlei é uma delas. Nesta quarta-feira, quando entrar em quadra para enfrentar a Argentina pela segunda rodada da Copa dos Campeões, no Japão, o time de Bernardinho terá o talento do levantador Maurício, que aos 33 anos sonha em participar de sua quinta Olimpíada e completar 500 jogos pelo Brasil.
“Estes números sintetizam o talento e a categoria do Maurício ao longo de mais de uma década, atuando e guiando o sistema ofensivo brasileiro. É uma marca muito importante”, disse. “Lembro que quando cheguei para trabalhar como assistente técnico do Bebeto de Freitas em 88, ele tinha 20 anos e era o terceiro levantador. Dos três, ele era o melhor.”
Em toda a história do vôlei brasileiro, nenhum jogador alcançou a marca de Maurício. O atacante Carlão, companheiro do levantador na campanha que levou o Brasil ao ouro nas Olimpíadas de Barcelona em 92, é um dos campeões, com 382 partidas. Além dele, dois dos medalhistas de prata em Los Angeles 84 têm um currículo respeitável no quesito: o levantador William, com 358, e o ponteiro Bernard, com 341. Se conseguir chegar à Atenas, em 2004, Maurício será também o único a disputar cinco edições dos Jogos Olímpicos.
“Embora seja este o meu objetivo, evito pensar muito. Prefiro analisar as possibilidades ano a ano. Sei que tenho condições de disputar a Liga Mundial e completar os 500 jogos, assim como o Mundial de 2002. Só vou começar a pensar em 2003 no fim do ano que vem. É claro que se mantiver a forma e continuar com vontade, chego lá. E é exatamente nisso que vou trabalhar.”
Para o jogo contra Argentina, previsto para começar às 5h (de Brasília), o veterano recomenda cautela.
“Precisamos nos preocupar com o nosso jogo, com um bom desempenho. Isso é o mais importante. Os desfalques argentinos não devem ser levados em consideração, pois podem significar um adversário mais solto ainda”, afirmou, para depois analisar a Copa dos Campeões.
“As oportunidades são iguais para todos. O Brasil está no bolo e tem grandes chances de subir no lugar mais alto do pódio novamente.”
A opinião do técnico é a mesma.
“O Milinkovic e o Weber são desfalques de peso e certamente a eficiência da Argentina cairá. Por outro lado, sem a pressão de ganhar, os outros jogadores agirão como franco-atiradores, não só contra o Brasil mas durante toda a competição”, falou.