Rio - Destaque da Copa João Havelange, em que ajudou a levar o São Caetano ao vice-campeonato, o atacante Adhemar, atualmente defendendo o Stuttgart, da Alemanha, está longe de repetir o sucesso do ano passado. Relegado ao banco de reservas, o artilheiro da Copa JH, com 22 gols, não está tendo oportunidades de mostrar o seu futebol de chutes indefensáveis.
“O canhão congelou com o frio. Aqui é de cinco graus negativos para baixo”, brincou o atacante.
Além da temperatura, o estilo de jogo e o idioma foram os outros problemas enfrentados pelo jogador na sua adaptação na Alemanha. Ele mal consegue se comunicar com o treinador e companheiros de equipe. “Não há problemas de relacionamento, e nem há como. Não existe é relacionamento. Não entendo nada do que eles falam. O idioma aqui é muito difícil. O estilo de jogo também. Aqui a marcação vem em primeiro lugar, bem diferente do estilo do São Caetano”, disse jogador, natural de Tatuí, no interior paulista.
O contato com os brasileiros que atuam no país, como Élber e Amoroso e Lúcio, se restringe aos momentos em que se enfrentam nas competições. A distância e a rotina de treinos e jogos impedem uma relação mais estreita entre eles. A igreja evangélica que freqüenta em Stuttgart é o único local onde mantém contatos com outros brasileiros.
Adhemar não descarta a possibilidade de retornar ao futebol brasileiro no próximo ano. Os dirigentes do clube alemão estão no Brasil para contratar novos jogadores, e podem negociar o jogador com o Palmeiras. “Não posso garantir nada. Eles foram com a intenção de contratar e não de me vender”, disse o jogador, que admite voltar ao São Caetano. “Por que não? Não seria problema nenhum. Foi o clube que me projetou no Brasil e pelo qual tenho um grande carinho. Será sempre um prazer jogar pelo Azulão.”
A campanha do time no Campeonato Brasileiro também foi destacada pelo jogador. Para ele, manter a estrutura e a base do time são fundamentais para o sucesso. “A campanha do São Caetano mostrou que o ano passado não foi fogo de palha. O time é bom e está provando isso a todos. O Atlético-PR e o Fluminense são outros dois bons exemplos”, frisou.
O gol que marcou no Maracanã, contra o Fluminense, calando 70 mil tricolores nas oitavas-de-final, não sairá da sua memória tão cedo. “Meu amigo, aquele gol marcou demais. Eles sempre reprisam aqui e as pessoas perguntam ‘foi você mesmo?’”, disse.