Rio - A atual realidade do Botafogo, de uma folha salarial incompatível com o que o clube pode arcar, se transformará numa política pés no chão em 2002. Quem garante é Marcelo Coutinho, presidente da Empresa Brasileira de Marketing Esportivo, que cuidará da imagem do Botafogo a partir do ano que vem.
“Os quatro meses de auditoria no clube terminaram. Já estamos num estágio final para oficializarmos essa parceria com o Botafogo. Haverá uma melhora em termos de licenciamento da marca, de busca de novas receitas, em cima de um ativo que não está sendo trabalhado adequadamente”, afirmou o principal executivo da empresa.
Mas que ninguém pense que o Botafogo já será uma máquina de conquistar títulos a partir de janeiro. Tudo visa a um trabalho de longo prazo, que se iniciará com uma postura bem mais profissional.
“O Botafogo quer mudar a cultura e a postura de administrar o orçamento do clube, para se adequar à nova realidade brasileira. É o país inteiro que enfrenta dificuldades, e não só o Botafogo. Mas, às vezes, é preciso que o clube deixe o emocional de lado, para evitar despesas irracionais.”
Já o presidente alvinegro Mauro Ney Palmeiro, por enquanto, vai fazendo o possível para reduzir a folha salarial. “Já disse ao Abel que teremos que mudar em 2002. No Estadual, peguei uma folha de R$ 1,5 milhão. Diminuí para R$ 1,1 milhão. E quero reduzi-la para R$ 600 mil “, disse ele, admitindo que, para continuarem no clube, alguns jogadores terão que aceitar redução nos salários.
Sobre os atrasos (pelo menos o mês de setembro foi pago ontem), Mauro Ney diz que trabalha para solucionar o problema. E alfineta. “Os salários estão melhores que a campanha do time.”
Contratos e empréstimos de 10 jogadores se encerrarão até o fim do ano (veja quadro ao lado). São eles: Leonardo, Wilson, Léo Inácio, Leandro Eugênio, Andrei, Leandro Ávila, Júnior, Vlad, Ronaldo e Cláudio. “Não há jogador inegociável no Botafogo”, comentou o presidente.