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Iatista virou mito ao vencer America´s Cup
Quinta-feira, 06 Dezembro de 2001, 16h45

Londres - O neo-zelandês Peter Blake, com suas meias vermelhas da sorte e seu bigode loiro estilo anos 70, uniu uma nação ao vencer o principal troféu do iatismo, a America's Cup.

Blake, que era líder da equipe ``Black Magic'' de 1995 que venceu o America's Cup saindo de San Diego, morreu na quarta-feira na Amazônia quando seu barco Seamaster foi atacado por piratas.

A Nova Zelândia foi o segundo país, além dos Estados Unidos, a conquistar o prestigiado troféu dos norte-americanos em 1995. Em 2000, em sua cidade natal de Auckland, Blake e a Equipe Nova Zelândia tornaram-se a primeira equipe não-americana a reter com a America's Cup.

Blake, 53, duas vezes Esportista do Ano da Nova Zelândia, se aposentou em agosto de 2000 e assumiu o antigo barco Antarctic Explorer de Jacques Cousteau, trocando o nome para Seamaster.

Ele estava na Amazônia para conscientizar a comunidade internacional da importância da região para o meio-ambiente mundial quando seu barco foi atacado durante a noite.

Durante seu desafio bem-sucedido da America's Cup em 1995, Blake usou o mesmo par de meias vermelhas durante toda a campanha da Equipe Nova Zelândia, perdendo apenas uma das regatas.

A única regata que a equipe perdeu foi quando Blake não estava atuando. A Nova Zelândia derrotou a Equipe Dennis Connor dos Estados Unidos na final da America's Cup por 5 x 0.

Antes da final, os patrocinadores da equipe confeccionaram milhares de pares das meias vermelhas da sorte de Blake, que foram totalmente vendidas em poucos dias na Nova Zelândia.

Na volta da equipe, milhares de pessoas foram às ruas de Christchurch, Wellington e Auckland para dar as boas-vindas aos vencedores do troféu.

COMPETIÇÃO NO OCEANO

Antes de seu envolvimento na America's Cup, Blake era conhecido pelos seus feitos de competição oceânica, competindo em cinco torneios ao redor do mundo, culminando com sua vitória no torneio 1989-90 Whitbread ao Redor do Mundo a bordo do Steinlager 2.

Conhecido por seus planos meticulosos, Blake não dispunha dos confortos dos iates de competição oceânica da época, velejando do modo mais austero possível em seu barco de dois mastros.

O iate de Blake, apesar de falhas no câmbio e nos mastros, venceu todas as seis etapas da competição.

Uma das etapas mais emocionantes foi quando enfrentou a dupla neo-zelandesa Fisher e Paykel na costa leste da Ilha do Norte da Nova Zelândia, com Blake vencendo seus compatriotas por apenas seis minutos no porto de sua Auckland.

A primeira experiência de Blake na competição da America's Cup foi em 1992, quando a Nova Zelândia perdeu nas finais para uma equipe italiana. Ele venceu o Troféu Júlio Verne em 1994 ao bater o recorde de volta ao mundo, com o tempo de 74 dias, 22 horas, 17 minutos e 22 segundos no catamarã Enza.

Foi condecorado pela rainha Elizabeth em 1991, e era tão famoso em seu país quanto o conquistador do Monte Everest, Sir Edmund Hillary, mas não se gabava disso. Ele deixa sua mulher Pippa e dois filhos, Sara-Jane e James.

Reuters

 

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