Rio - Em Brasília, a saída de Ricardo Teixeira da CBF é considerada certa, depois da aprovação do relatório da CPI do Senado. Porém, entre as federações permanece o apoio ao dirigente. Também atingidas pelo texto do senador Geraldo Althoff (PFL-SC), as federações estaduais não parecem dispostas a retirá-lo do cargo e nem a sua renúncia é cogitada.
Amigo pessoal de Teixeira, o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Emídio Perondi, não acha que as pressões de Brasília vão surtir efeito. Ele conversou com colegas e disse que as federações ainda apóiam o dirigente. “O ministro (Carlos Melles) está falando sozinho. Não vejo outros no governo falando o mesmo.”
O ministro do Esportes já afirmou que há uma acordo para Teixeira, que está licenciado, renunciar. Integrantes da CPI apoiam essa posição.
Perondi falou com Teixeira após a aprovação do relatório e afirmou que ele estava “calmo”. Há uma possibilidade de uma convocação de uma assembléia na próxima semana para discutir os efeitos do texto. “O futebol está como a biruta de aeroporto, esperando para saber para que lado vai virar”, disse Perondi.
Entre os clubes, Teixeira perdeu apoio. Dirigentes mais incisivos, como o presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, pedem a sua saída. Mas, como as federações são maioria na Assembléia votante da CBF, os clubes não têm força para manobrar. “Não cabe mais vagabundagem no futebol. Quem não se enquadrar estará fora”, afirmou ele, para quem a aprovação do relatório representa uma nova página no futebol.