São Paulo - A saída do Botafogo da Liga Rio-São Paulo, anunciada na quarta-feira, causou revolta em Ribeirão Preto. A Câmara dos Vereadores da cidade foi a primeira a se manifestar, antes da decisão de quinta de recolocar a equipe na competição.
E o alvo dos vereadores foi o presidente da Liga e da Federação Paulista, Eduardo José Farah. O cartola deve perder o título de cidadão ribeirão-pretano, concedido em 1996, época em que gozava de prestígio na cidade por decisões como a de levar a final do Paulistão de 95 para Ribeirão.
A idéia de revogar o título concedido a Farah é dos vereadores Paulo Saquy (PFL) e Walter Gomes (PPB). “O título foi dado a um cidadão que nos envergonha, principalmente por sugerir a exclusão do Botafogo do Rio-SP, depois de ter convidado o clube como vice-campeão paulista”, disse Walter Gomes, autor da idéia que está na pauta da Câmara para a sessão da próxima terça-feira.
Além da revogação, os vereadores pretendem fazer uma moção de ‘persona non-grata’ (pessoa não querida) ao dirigente. “É a resposta da cidade para tanta injustiça”, disse Paulo Saquy.
A maioria dos vereadores ouvidos está a favor da revogação do título. Dos sete entrevistados, cinco são favoráveis à revogação. “É um cidadão que presta um desserviço à cidade e por isso acredito na adesão da maioria”, disse o vereador Bertinho Scandiuzzi (PDT).
A revogação ganha força não só pela decisão tomada por Farah em torno da Liga, mas também pelas acusações contra o cartola na CPI. “O título de cidadão é uma coisa séria. Sou favorável a revogar não só pelo Botafogo mas, principalmente, pelos escândalos em que o Farah está envolvido. Hoje, o título ao Farah é uma agressão aos outros que já o receberam”, disse o vereador José Carlos Sobral (PT).