Rio - Vestindo terno e gravata, e calçando sandálias, o senador Gilvan Borges (PMDB-AM) esteve nesta terça-feira na sede na CBF no Rio de Janeiro onde, segundo ele, foi conversar com o presidente em exercício da entidade, Alfredo Nunes, sobre a Liga do Norte, que será disputada no ano que vem. Na saída da reunião, no entanto, o senador não perdeu a oportunidade de fazer novas críticas à CPI do Futebol.
“A CPI não mostra o retrato do futebol brasileiro na verdade, porque foi feita só no eixo Rio-São Paulo, de forma pautada. Vocês podem me citar duas acusações contra o Ricardo Teixeira? Dizer que ele foi de limusine para um encontro em Nova York é acusação? Queriam que ele fosse de carroça”, ironizou o parlamentar.
De acordo com Gilvan, a realização da CPI teve outros aspectos, que não o de moralizar o futebol. “Se ano que vem não tivesse eleições e uma Copa do Mundo essa CPI não teria sido feita. Há grandes interesses econômicos por trás disso tudo. Colocaram até o Pelé nas acusações. Isso repercute mal para nós no exterior”, afirmou o senador.
Segundo o parlamentar, a CBF não poderia ter sofrido investigações da CPI por se tratar de uma entidade privada. “A CPI não poderia ter acontecido porque a CBF é uma instituição privada. O que houve foi um palanque eleitoral em Brasília. Lamento pelas acusações feitas a grandes lideranças do futebol”, falou Gilvan, citando os nomes de Ricardo Teixeira, Eurico Miranda e Edmundo Santos Silva.
As afirmações do ministro dos Esportes e Turismo Carlos Melles de que faria uma intervenção na CBF, foram ironizadas por Gilvan que aproveitou para deixar uma acusação no ar. “O ministro não pode fazer acusações levianas dizendo que vai intervir. O ministro tem que ficar quieto. Mas quem é que manda ministro ficar quieto? Qem é que derruba presidente neste país? Tem que ver quem é o primeiro ou o quarto poder”, disse, sem querer citar objetivamente a quem estava se referindo.
Gilvan Borges falou ainda sobre a possível renúncia do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, dada como certa por Carlos Melles. “Não acredito em punição, porque não acredito em intervenção na CBF. É possível que aconteça, mas acho improvável”, opinou.