São Paulo - A maior diferença entre o comando de Wanderley Luxemburgo e Carlos Alberto Parreira, no Corinthians, foi sentida fora de campo. Desde que assumiu o clube, a principal característica do técnico, segundo os jogadores, é a serenidade. Alguns até se surpreenderam.
Ao contrário do atual técnico do Palmeiras, Parreira não controla o comportamento do atleta longe do clube. O uso de celulares é proibido durante as refeições, mas liberado no saguão do hotel, onde a delegação está hospedada. Rigidez só com relação aos horários.
Cartilha não existe no mundo de Parreira. O que há, de fato, são recomendações. Uma delas se refere ao uso de tênis e meias. “Mas isso nem precisa falar, né? Você não vê mais um jogador profissional usando chinelo. Sua imagem está em jogo”, diz Fábio Luciano.
O zagueiro foi dispensado por Luxa ano passado e trabalhou com Parreira no Internacional, pelo Brasileiro. “Pelo que estou conversando com os outros jogadores, todos estão gostando dele. No Inter, a galera se dedicava porque gostava da forma como o Parreira trabalha”, afirma.
A tolerância de Parreira, porém, tem limite. Más notícias envolvendo seus jogadores não são ignoradas. “Quando as recebe, Parreira dá um puxão de orelha no responsável. “A gente conversa também, claro, dou conselhos. Mas tem uma coisa: se não render em campo o que é capaz...”, deixa na entre linhas.
Por enquanto, o contato com os jogadores do Corinthians, fora os tradicionais, durante os treinos, limita-se a algumas reuniões à noite. Às vezes, Parreira convoca os jogadores para uma palestra. Em Serra Negra aconteceram dois encontros.
“Cada treinador tem sua filosofia, não dá para dizer se é melhor ou pior. O Parreira tem o seu estilo e cada um tem de se adaptar”, afirma Deivid.