Rio - O elenco do San Lorenzo, que realizava pré-temporada em Mendoza, deixou a cidade na noite de quarta-feira e seguiu para Buenos Aires com o objetivo de se reunir com o presidente do clube, Alberto Guil, para cobrar os salários em atraso. Os jogadores fizeram questão de dizer que não se trata de greve, mas que, sem receber, eles preferem continuar treinando na capital argentina, perto de seus familiares. O San Lorenzo se prepara para enfrentar o Flamengo no dia 24 de janeiro, em Buenos Aires, pela decisão da Copa Mercosul.
Mas a crise no clube está longe de ser resolvida. Guil não aceitou se reunir com os atletas e marcou para segunda-feira um encontro com eles. A atitude do dirigente revoltou o elenco que, desde que Guil ganhou as eleições presidenciais no clube, em dezembro passado, ainda não conseguiu conversar com o dirigente.
“O presidente nos ofereceu uma reunião para segunda-feira com o objetivo de discutir nossos problemas, mas nós queremos conversar logo”, afirmou o lateral-esquerdo Leo Rodríguez, um dos líderes do elenco.
Diante da insistência dos jogadores Guil fez um apelo para que eles entendessem a situação do clube. “O San Lorenzo é um doente que está muito mal. Se todos nós cuidarmos dele ele poderá se salvar. Agora, se este doente morrer, não adiantará ninguém cobrar um peso que não vai receber. Este clube está na mão de credores”, afirmou Guil, confirmando que a dívida do clube está na casa dos US$ 46 milhões (aproximadamente R$ 100 milhões).
Nem mesmo o pedido do dirigente acalmou os jogadores, que deixaram o local reclamando. Alguns diziam que Guil deveria pelo menos ter se apresentado ao grupo, enquanto outros questionavam o porquê dele ter concorrido ao cargo se sabia da situação precária do clube.
Até o momento a Justiça já recebeu 37 ações de credores contra o San Lorenzo, que deve aos seus jogadores cerca de US$ 4 milhões (aproximadamente R$ 9 milhões).