Melbourne - O russo Marat Safin, que disputará nesta sexta-feira uma vaga na final do Aberto da Austrália, afirmou nesta quinta que com sua mudança para Genebra, para esquecer sua ex-namorada espanhola, passou a se concentrar no tênis e não se importa com o que pensam dele.
"Para mim tanto faz o que pensa o juiz de cadeira, eu venho aqui fazer o meu trabalho e jogo para o público e não para qualquer outro. Na quadra você tem que dar tudo, não importa o que pensem os juízes, os gandulas. Aqui todo mundo tem seu trabalho, se entristecem e se alegram, e é assim até o final do dia. Sempre digo que é preciso fazer todo o possível para que os espectadores fiquem satisfeitos", afirmou.
Em relação à sua mudança de residência, o jogador não teve problemas em explicar os motivos. "Passei sete anos na Espanha, em Valência, mas agora tentei buscar algo a mais, mudar alguma coisa porque quando deixei de viver com minha namorada (Silvia Torrens) não tinha para onde ir e não queria ficar ali, precisava buscar algo diderente. Escolhi Genebra, porque assim estaria mais perto de casa, a três horas de avião, enquanto que de Valência são dez horas", disse Safin.
"Gosto de Genebra, é muito tranqüila, você pode fazer de tudo, tem montanhas, pode viajar para qualquer lugar porque está no centro da Europa, pode ir à Alemanha, Milão ou Paris, ou a qualquer outro lugar em apenas três horas", comentou.
O estado mental do jogador russo é muito diferente ao do início de 2000, quando esteve a ponto de largar tudo e abrir um bar. "Há dois anos não tinha nenhuma motivação, nem de jogar nem de viajar, não queria fazer nada, não estava muito bem. Agora tudo mudou, regulei minha vida. É tudo perfeito", desabafou.
O campeão do US Open de 2000 comentou que o sucesso da sua atuação neste torneio é fruto de um trabalho perfeitamente estudado.
"Estive me preparando por quatro semanas seguidas para o Aberto da Austrália e tive tempo também para descansar", disse, "gostaria muito de ganhá-lo porque tenho uma boa oportunidade, já que não restam jogadores que tenham ganho um Grand Slam e que não têm tanta experiência".
Safin destacou que de todos os jogadores, o americano Pete Sampras, principalmente, é um dos que mais precisa se respeitar. "Ele é muito difícil e preciso respeitá-lo sempre porque é um grande jogador e cada vez que jogo com ele sinto muita pressão", disse.
Diante da boa remuneração que o espera, o russo revelou que economiza e investe praticamente tudo o que ganha. "Dinheiro tem que trazer dinheiro, te ajuda a viver, te dá liberdade", afirmou.
Após romper com Silvia, Safin quer ser livre e estar rodeado só por seus amigos. Em Melbourne, houve comentários porque estava acompanhado por duas loiras. "Por enquanto, não quero ter nenhuma relação, estou muito bem sozinho, gosto de ficar só e tenho muitas amigas e nada mais. No futuro, gostaria de ter uma família, mas por enquanto não posso, não estou pronto para isso", disse.