Rio - Se quiser realmente curar-se da lesão no quadril direito e se livrar das dores incômodas, Gustavo Kurten, cedo ou tarde, terá de submeter-se a uma cirurgia. Essa é a opinião do médico Marcos Contreras, ortopedista que Guga consultou assim que chegou a Florianópolis, depois da eliminação na primeira rodada do Aberto da Austrália.
“O tratamento definitivo é cirúrgico. Concordamos que ele fizesse a fisioterapia, mas apenas para dar alívio e fazer com que ele ficasse o melhor possível. Mas só isso não vai curar a lesão”, explicou Contreras.
Mas o tenista catarinense está irredutível e nem sequer cogita chegar perto de um centro cirúrgico para passar por uma artroscopia e retirar a parte lesionada do labrum acetabular, a fibrocartilagem que recobre o quadril. Ele preferiu amenizar as dores de uma forma convencional, com sessões de fisioterapia.
“Expliquei que ele precisa da cirurgia, mas ele não quer se submeter. Ele é um paciente e eu sou obrigado a aceitar”, disse.
Guga vem fazendo a fisioterapia com a Mariângela Pinheiro, que trabalha com Contreras no Projeto Coluna Reta. Diariamente, ela vai à casa do tenista número 2 do mundo para as sessões de manipulação, baseada em técnicas manuais.
“Ela está trabalhando as cadeias musculares com técnicas fundamentadas na biomecânica”, disse o médico, já que Mariângela tem evitado falar com a imprensa sobre as condições e o tratamento.
Segundo Contreras, Guga levaria cerca de dois meses para se recuperar totalmente se optasse pela cirurgia. Mas o médico prefere não especular sobre essa possibilidade.
“ labrum acetabular é uma região muito específica, sobre a qual pouco se fala. Mas prefiro não tocar nesse assunto. Não posso fornecer determinados detalhes sem a autorização dele.”
O doutor afirmou que, depois de cinco dias de exercícios e reforço muscular, uma leve melhora já foi sentida. As dores nos momentos de esforço já diminuíram. Mas o médico prefere não fazer um prognóstico sobre uma melhora mais acentuada:
“Não temos como dar um prognóstico. Nesse primeiro momento, queremos preservar as cadeias musculares e aumentar os graus de amplitude dos movimentos adequados. Ele não está mais sentindo dores. Mas volto a dizer que o caso dele tem indicação cirúrgica.”