São Paulo - O atacante brasileiro Romário afirmou que está fazendo o que pode para ser convocado para a próxima Copa do Mundo, mas ao mesmo tempo se prepara para sofrer uma nova decepção. "Quero muito ir à Copa e estou abrindo mão de coisas de que gosto para isso. Mas se não for convocado minha vida vai continuar. Estou preparado para outra decepção na seleção, disse o veterano artilheiro do Vasco da Gama ao jornal "O Globo".

Romário, que na terça-feira completará 36 anos, não foi incluído pelo técnico Luiz Felipe Scolari na lista de jogadores que vestirão a camisa da seleção brasileira no amistoso da próxima quinta-feira contra a Bolívia, que servirá como preparação para o Mundial da Coréia e do Japão.

O atacante, que na última temporada foi o artilheiro do Campeonato brasileiro, lembrou com orgulho sua brilhante atuação na Copa dos EUA'94, quando ajudou o Brasil a conquistar seu quarto título mundial, mas também não esquece os momentos amargos de sua carreira, todos relacionados com a seleção.

"Foram quatro", disse Romário ao mencionar sua ausência na seleção de juniores que conquistou o título mundial em 1985, na antiga União Soviética, a não convocação para a equipe que disputou os Jogos Olímpicos de Atlanta'96 e Sidney'2000, e sua exclusão da seleção que esteve no mundial da França'98.

Romário foi descartado dias antes do começo do mundial por uma lesão, ocasião que definiu como o momento "mais doloroso" de sua carreira.

Acrescentou que não entende porque Scolari não o convoca, pois o técnico é uma pessoa muito franca e "se tivesse algum problema falaria diretamente comigo". Sobre sua vida pessoal e suas famosas aventuras noturnas, Romário reconheceu que nunca pretendeu "ser exemplo para ninguém fora do campo".

Afirmou que apesar do futebol "complicar" a vida, principalmente pelas concentrações e treinamentos, que não são de seu agrado, não pensou ainda na possibilidade de se aposentar. "Estou cansado de concentração, treinamentos e viagens, mas ainda gosto muito de jogar e fazer gols. Isso é o que me mantém em atividade", destacou.

Efe