Rio - Em sua pior partida no ano, o Grêmio empatou em 1 a 1 com o Joinville no Olímpico na tarde deste sábado. O Tricolor mostrou empáfia no primeiro tempo. No segundo, em desvantagem, exibiu nervosismo. O Joinville, um dos últimos colocados na Copa Sul Minas, lutou com humildade na partida inteira – prendendo a bola em troca de passes e, ao ficar com dez homens, defendendo-se com bravura.
No primeiro tempo, o Joinville surpreendeu o Grêmio – não só pela forte marcação, mas também porque ganhou confiança, foi à frente e fez um gol.
Nessa etapa, o Grêmio fez uma partida preguiçosa, com excesso de passes laterais e preciosismos de alguns de seus craques. Como se golear o Joinville – que tomara quatro gols do Tubarão, em casa, no meio da semana – fosse uma fatalidade que acabaria se materializando. Valdo, substituindo o poupado Zinho no meio-campo, não se entendeu com os companheiros. O volante Fernando marcou frouxo. Os alas só conseguiram um cruzamento.
Além disso, os dois atacantes ameaçaram pouco, devido à rarefeita presença na grande área. Fábio Baiano recuava demais e Rodrigo Mendes se fazia de ponta-esquerda. Resultado: apenas dois lances de algum perigo. Aos 8, Tinga tabelou bonito com Fábio Baiano, veio da direita para o meio e chutou de fora da área, rasteiro, rente ao poste esquerdo. E, aos 33, Anderson Lima cruzou da direita e Fábio Baiano pretendeu fazer um golaço, pegando de voleio, muito alto.
O Joinville, que começou só arriscando chutes de fora da área, foi gostando daquilo – e adiantando suas linhas, em boas trocas de passes. Aos 16, Pingo foi ao fundo, pela direita e levantou para Marlon, que conseguiu o cabeceio, porém desviado. Foi um aviso.
Aos 41, depois de alguns chutes longos, o Joinville fez uma jogada preciosa e fez 1 a 0. A bola chegou a Danilo, na direita; o lateral passou a bola entre as pernas de Róger, foi ao fundo e cruzou rasteiro, para trás; Luís Gustavo dominou perto da pequena área e tocou no canto direito.
Como era lógico, o Grêmio voltou para o segundo tempo mais acelerado, e tentando ser mais objetivo. Mas os resultados práticos não apareceram. Tanto que, já aos 9 minutos, o técnico Tite mexeu fundo, trocando o esquema 3-5-2 pelo 4-4-2: substituiu o ala Fabio de los Santos pelo atacante de área Claudio, colocando o zagueiro Róger na lateral-esquerda.
O problema é que, se cresceu em raça, o futebol do Grêmio decaiu em técnica. Jogadores conduziam demais a bola. Quando o time chegava à congestionada intermediária do Joinville, errava o passe.
Isso irritava os torcedores, que intensificaram as vaias.
Aos 21, a situação do Grêmio esteve a ponto de se complicar ainda mais: na cobrança de um escanteio da direita, Vágner cabeceou no poste esquerdo.
Na sequência do lance, o Grêmio fez seu melhor ataque. Fábio Baiano tabelou com Tinga e chutou forte, mas na direção do goleiro.
Aos 27, o Joinville se enfraqueceu com a expulsão de Lico – num excesso de rigor do árbitro Evandro Rogério Roman.
Com um jogador a mais, o Grêmio se mudou com mala e cuia para a intermediária do Joinville.
Continuou a jogar mal, mas chegou ao gol de empate aos 36. Róger recebeu de Valdo na esquerda, foi à linha de fundo e cruzou rasteiro. A zaga do Joinville, que estava tirando tudo, dessa vez não conseguiu, e Claudio, pelo meio, chutou para o canto esquerdo. Grêmio 1 x Joinville 1.
A pressão do Grêmio aumentou. O Joinville se recolheu todo para a entrada da área. O Tricolor conseguiu vários escanteios, mas em nenhum momento esteve a ponto de marcar o gol da vitória.