Rio - Em nenhum ano o torcedor do Flamengo perdeu em fevereiro a esperança de títulos no primeiro semestre. E é o que pode acontecer caso o time perca para o Once Caldas quarta-feira, pela Libertadores. Por conta disso, nesta segunda foi um dia de reuniões na Gávea.
Antes do treino, toda a comissão técnica foi chamada na sala do presidente Edmundo dos Santos Silva; em seguida, João Carlos e Carlinhos conversaram com o time por mais de meia hora no gramado.
"O presidente nos deu apoio e falou sobre a importância deste jogo. Não podemos nem empatar" disse João Carlos, dando uma pista sobre o que foi dito aos jogadores: "Temos que nos doar um pouco mais. Todo o nosso esforço até agora não foi suficiente".
O planejamento do futebol rubro-negro para 2002 foi todo calculado com base no primeiro semestre. A promessa de corte de gastos foi abandonada pela euforia da volta à Libertadores, tanto que os contratos de Juninho, Leonardo e Beto, com duração de sete meses, foram acertados em função desta competição. O clima de decisão tomou conta do clube.
"Vamos jogar nossas vidas. Uma vitória será como a conquista de um título", disse Juan. "Estamos numa situação delicada no Rio-São Paulo e podemos perder o semestre neste jogo", completou Leandro Ávila.
O cabeça-de-área tem razão. No Rio-São Paulo as chances de classificação são de apenas 1%, segundo o matemático Tristão Garcia. Na Libertadores, o time é último colocado no grupo. Com duas derrotas, o Flamengo só garante a classificação se vencer todos os jogos restantes: perdendo dois, está fora; vencendo somente três, dependerá de outros resultados.
No Caixão-2002, a situação não é menos lamentável. Segundo o regulamento, Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco só não se classificam para a fase decisiva se ficarem em último lugar – exatamente a colocação do Rubro-Negro.