Rio - Aos 19 minutos do segundo tempo da partida contra o Etti Jundiaí, no domingo, Taílson se preparava para entrar no lugar do apático Felipe, ídolo dos alvinegros. A torcida, em coro, fez questão de se manifestar contrária à entrada do atacante. Ironia do destino: Taílson marcou dois gols, foi um dos destaques do time e os torcedores deram a mão à palmatória, com gritos de “Ei, ei, ei, Taílson é nosso rei”.
Para o jogador, a redenção foi uma bênção. "Sou o tipo de pessoa que sente muito quando é perseguida. Não é todos os dias que se está bem e os dois gols foram importantes. Agradeço a Deus e à torcida pelos elogios e críticas, pois elas só surgem aos que tentam corresponder", discursa.
Taílson não esconde que a boa partida pode lhe render a condição de titular. Mas o atacante não coloca isso em primeiro plano. "Quero apenas trabalhar. A união do grupo faz com que uns torçam pelos outros. Há vários jogadores lutando pela posição de titular: Eu, Felipe, Ademílson...Mas o importante é seguir em frente. Cada um tem o seu espaço e torcemos quando o outro marca gols", revela.
Desligado, Taílson se esquece até das suas proezas. Ele se disse surpreso quando soube que era o principal artilheiro do Botafogo na temporada de 2001, com 16 gols. Mas isso não significa que a fase foi boa.
"Quando o time não está bem, não posso dizer que estive bem. Hoje, estou no banco de reservas. Quero voltar a ter uma seqüência de partidas", disse.
Se depender do técnico Abel, as chances de isto acontecer são de 50%. Isso porque o treinador revelou estar confuso após a performance do camisa 7.
"Veja como são as coisas. No quarto jogo de Taílson como titular em 2002, lancei o Felipe e ele fez dois contra o Flamengo. No quarto jogo de Felipe como titular, lancei Taílson e ele marcou dois. Não sei o que fazer", alegra-se o treinador.