Bruxelas - O técnico belga Robert Waseige rebateu as críticas de seus colegas compatriotas. Segundo ele, existe uma tentativa dos treinadores de se promoverem às custas de diminuir outros.
Aos 62 anos de idade, Weiseige, que está no Japão assistindo o treino dos co-anfitriões da Copa do Mundo, disse que é mais respeitado por técnicos de outros países do que pelos seus colegas mais próximos.
``Aqui eu notei que há uma solidariedade sincera, diferente do que acontece na Bélgica, onde os técnicos criticam uns aos outros para se promoverem'', disse ao jornal holandês Het Laatste Nieuwsblad.
``Eles sentam em um estúdio de tevê, como se fossem analistas, e querem demonstrar o quanto são brilhantes, enquanto eles deveriam perceber melhor do que qualquer um os problemas que um treinador enfrenta, inclusive o técnico da seleção. Eu nunca faria isso.''
Neste mês, o ex-técnico da seleção belga, Raymond Goethals, disse que se os ``diabos vermelhos'', como são chamados, não se classificarem para a segunda fase da Copa deveria ficar lá pelo Japão mesmo.
``Não se trata de uma rixa entre gerações. Não importa se eles têm 80 ou 32 anos de idade, todos na Bélgica entendem o problema e isso me deixa irritado'', reclamou Waseige.
O treinador também disse que quer se livrar da obrigação de divulgar um pré-seleção com 35 nomes de jogadores muito antes do início da Copa do Mundo. ``O ideal seria divulgar a lista final, com o 23 jogadores, entre os dias 15 e 20 de maio'', disse.
``O campeonato nacional já terá terminado e os treinadores já vão saber bem quem são seus jogadores disponíveis. Mas vamos nos livrar da lista de 35 jogadores. Isso apenas abastece as especulações da imprensa.'' A Copa começa dia 31 de maio.
Waseige, que se submeteu a uma cirurgia para colocar quatro pontes no coração ano passado, foi designado para comandar a seleção da Bélgica na Copa do Mundo há dois anos pela sexta vez seguida. A Bélgica está no grupo H do Mundial, ao lado de Japão, Rússia e Tunísia.