Rio - Há quase cem anos, nada menos que três meses após sua fundação, o Fluminense alugava um amplo terreno na Rua Guanabara, esquina com a Rua do Roso. Desde então, muita coisa mudou. A começar pelo nome das ruas, hoje chamadas de Álvaro Chaves e Pinheiro Machado.
A humilde casa se transformou na clássica e tradicional sede das Laranjeiras, que se prepara para a sua mais importante transformação.
O projeto do clube é a criação do Centro Cultural do Fluminense. A idéia é contemplar a restauração arquitetônica da sede e sua modernização, passando pela recuperação da memória e da inclusão do clube no roteiro cultural da cidade.
Pelo projeto, coordenado por dois conselheiros do clube, Gustavo Marins e Benedito Sérgio Alves, a sede das Laranjeiras ganharia uma biblioteca informatizada, uma moderna sala de troféus, sala de vídeo, bar, uisqueria e restaurante.
A realização do projeto, aprovado pelo Inepac (Instituto Estadual do Patrimônio Artístico e Cultural), depende da captação de recursos junto a empresas parceiras.
Para atraí-las, o clube busca apoio na Lei Estadual de Incentivo à Cultura, que permite às empresas abater no ICMS de 80% a 93% do investimento. O projeto está orçado em R$ 9,7 milhões.
"O clube está perdendo identidade. Sua memória estava esquecida. A sala de troféus parece um mafuá. Temos acervo maior do que muitos clubes europeus, só que nada está identificado, ninguém sabe o que significa cada peça, cada taça", diz Gustavo Marins.