Rio - No aeroporto de Cuiabá, após o jogo contra a Islândia, era visível o abatimento de França. Estava decepcionado por não ter feito gols no amistoso da Seleção Brasileira contra a Islândia, segundo ele, por ter atuado de forma que não estava acostumado.
O jogo era a último teste do técnico Luiz Felipe Scolari, que pretende chamar um grupo praticamente definitivo na partida contra a Iugoslávia.
Qual a sua análise de seu desempenho neste amistoso?
França: Joguei bem diferente de minha característica. O time da Islândia não me dava espaço. Eles jogaram muito fechados. Fica difícil jogar com a camisa 9 da Seleção Brasileira. Mesmo que os caras não me conhecessem, tinha sempre um cara em cima de mim. Eu não tive espaço.
Então a sua atuação foi abaixo de sua expectativa?
França: Queria ter feito gols, mas não deu por causa da retranca. Preferia ter jogado contra a Inglaterra, contra quem até já marquei gol. Aí o jogo é igual, com contra-ataques para os dois lados. Teria mais espaço para fazer as jogadas. Imaginava que o time deles era inocente, mas não tanto. Na situação de jogo, não tive como fazer nada.
O fato de não ter feito gols pesou?
França: Às vezes, não só os gols têm importância. Gostei do meu desempenho. Fiz tabelas com o Kaká e dei um passe para o Belletti. Dei um chute a gol, mas o goleiro pegou.
Você acha que teve pouco tempo para mostra o seu jogo?
França: É uma situação que você não pode fazer nada. Acatei a substituição do técnico, como tinha que fazer. Mas só joguei 45 minutos, o que é pouco.
Na sua opinião, qual o peso que essa atuação vai ter sobre as suas possibilidades de ir à Copa?
França: Não sinto que tenha perdido a minha convocação. Espero que o trabalho que venho fazendo no clube também seja analisado pelo treinador na hora de decidir. Mas no ataque, há grandes jogadores disputando a vaga, E a luta vai ficar ainda mais acirrada com a volta do Luizão, que vinha jogando nas Eliminatórias.
Você acha que teve poucas chances de jogar desde que o Felipão assumiu a Seleção?
França: Foi o segundo jogo. Tinha jogado um tempo contra o Chile, nas Eliminatórias, e, agora, outro neste jogo. Acho que preciso ter uma seqüência para poder mostrar o meu trabalho.
Mas no amistoso contra Iugoslávia Felipão chamará o grupo definitivo para a Copa, ou 90% desse grupo? Há pouco tempo?
França: Se ele disse isso, tem pouco tempo. Acho que agora está muito em cima para fazer uma seqüência. É pouco tempo para a Copa, afinal, só há mais quatro amistosos antes do Mundial.
Você vai ficar muito decepcionado se não for à Copa?
França: Não. Penso que essa não é a minha única oportunidade de ir a uma Copa. Tenho 26 anos e vou ter 29 anos e meio no próximo Mundial. Vou estar mais experiente. Espero ainda estar jogando tão bem quanto agora daqui a quatro anos.
Contra a Islândia, quando você errou a primeira conclusão a torcida começou a gritar Romário. Você ficou abatido a partir daquele momento?
França: Não. Continuei jogando normalmente. Não acho que tenha me abatido. Eles só gritam o nome do Romário quando o centroavante erra. É a opinião deles, temos de entender a preferência de cada um.