Rio - Crise financeira no Vasco, convocação para a Seleção, pancadaria no Flamengo. Romário não escapou dos assuntos controversos, em São Januário. Mas a metralhadora giratória deu lugar ao cachimbo da paz.
A Copa do Mundo está cada vez mais próxima, e uma briga com Felipão, agora, não é aconselhável. Tanto que o atacante fez questão de dizer que é jogador de grupo, sim. Mas sem perder brilho de estrela.
Até o lateral-esquerdo Roberto Carlos, um desafeto de longa data, acabou servindo de aliado na luta de Romário para ir à Copa. O jogador do Real Madrid deu entrevista na Espanha mostrando-se favorável ao retorno de Romário à Seleção, como já haviam feito Ronaldinho e Rivaldo.
''Já resolvi o que tive com o Roberto Carlos. E já mostrei que me dou bem com os outros jogadores. Rivaldo e Ronaldinho também conviveram comigo e sabem quem sou. O futebol é um esporte coletivo, mas pode ter suas estrelas, cada uma com um brilho diferente. Rivaldo não é estrela? E o Ronaldinho?''
Derrota - Nem a possibilidade de ser convocado e ficar na reserva assusta o atacante. Pelo menos por enquanto. ''Gostar eu nunca vou gostar. Mas não ouvi o Felipão falar nisso. É claro que o treinador decide quem escala ou convoca. Quando um jogador assina contrato, não está escrito que tem de ser o titular'', afirmou Romário, confiante na convocação e negando que estivesse dando recados. ''Não estou aqui pra mandar letrinha pra ninguém. Ele decide se eu vou ou não e acabou.''
O atacante acredita no acordo do Vasco com o grupo mexicano Nova Media. ''A crise atingiu todo o país, mas tudo acabará bem. Há muita gente ajudando o clube, que dentro de campo está bem, apesar da dificuldade financeira dos jogadores.'' E aproveitou a pancadaria provocada pela facção de torcida Raça Rubro-Negra, do arqui-rival, o Flamengo, para espetar a desafeta Força Jovem, do Vasco. ''Já tenho problemas para demais. Agora, a minha filha Moniquinha resolveu usar camisa da Força Jovem. Mais uma derrota.''