São Paulo - O árbitro turco aposentado Ihsan Ture revelou ao jornal "Milliyet" que a manipulação de partidas é uma prática habitual em seu país, justamente no momento delicado que vive o futebol turco, assolado por escândalos de arbitragem.
Ture revelou ainda que participou de cerca de 50 partidas "controversas" ao longo de sua carreira, encerrada em 1993. “Nos ofereciam relógios de ouro e outras regalias desse tipo. Apesar de ser proibido, o responsável pela equipe esperava, naturalmente, que o seu time vencesse”, declarou.
O árbitro confessou que, no início dos anos 90, o presidente do Galatasaray à época, Alp Yalman, pediu-lhe que interviesse junto a um árbitro italiano numa partida da Copa da Europa, onde o Galatasaray enfrentaria um time da Romênia.
“Jantamos em hotel de luxo em Istambul com o árbitro, que eu havia conhecido em um seminário da Uefa na Suíça, e ele agradeceu muito o maravilhoso relógio deixado no seu quarto”, contou.
Logo depois, um amigo de Ture intermediou os serviços de uma prostituta para o árbitro italiano. “O Galatasaray perdeu o jogo, mas o juiz expulsou dois romenos, um deles o goleiro”, revelou Ture.
As revelações do ex-árbitro se juntam às investigações que a Justiça de seu país abriu no mês passado, depois de denúncias envolvendo árbitros e técnicos do Campeonato Turco.