São Paulo - Na chegada da Seleção Brasileira tricampeã do mundo, ao Rio de Janeiro, em 1970, um jovem de 18 anos corria atrás do carro de bombeiros que carregava os jogadores e a comissão técnica, da qual Carlos Alberto Parreira fazia parte.
O objetivo era conseguir um autógrafo dos heróis nacionais. Hoje, aquele torcedor Wanderley Luxemburgo da Silva saiu do meio da multidão para se tornar um respeitado técnico no futebol brasileiro. Inclusive com passagem pela Seleção. Mas nunca esqueceu do episódio. Nem de Parreira.
“Era garoto e fui receber a Seleção na Central do Brasil. Corri junto com o carro de bombeiros no qual o Parreira estava. Não escondo de ninguém essa história. Quando eu faço, assumo”, afirma Wanderley Luxemburgo, que não esconde de ninguém ser fã do treinador do Corinthians.
Hoje, o destino coloca fã e ídolo brigando pela liderança do Torneio Rio-São Paulo em equipes rivais. Mas nem assim Vanderlei Luxemburgo consegue ser durão ao falar do técnico corintiano.
“O Parreira é um excelente treinador. Ela sabe coisas sobre o futebol que eu nem sonho em aprender. Ele é um cara com quem a gente está sempre aprendendo. Sabe muito sobre futebol. Não é à toa que participou da comissão técnica que ganhou a Copa do Mundo em 1970 e foi técnico campeão no mundial de 94”, comenta Luxemburgo.
Quando o assunto é o clássico do próximo domingo, no qual os dois amigos se enfrentarão, o técnico do Palmeiras prefere mudar o discurso.
“Sou profissional e tenho de defender as cores do Palmeiras. Vou fazer de tudo para vencer o Parreira. Amizade fica para depois da partida”, declara Wanderley, que acredita não levar vantagem sobre Parreira por já o conhecer dos bate-papos fora dos gramados e bancos de reservas.
O técnico do Corinthians, Carlos Alberto Parreira, recebeu com orgulho as palavras de Luxemburgo. “Ele é um dos grandes treinadores do futebol brasileiro. Depois de 1990, sua carreira alavancou”, declarou Parreira.
O primeiro contato profissional dos dois amigos aconteceu no início da década de 80, em um amistoso da seleção dos Emirados Árabes contra o juvenil do Fluminense.
“Comecei a conhecê-lo quando treinava o Emirados Árabes e fizemos um amistoso contra o time juvenil do Fluminense. Veja só, o Luxemburgo era técnico do juvenil. Foi um treino muito bom”, lembra Parreira, que voltou a encontrar Wanderley Luxemburgo em 1988, na Arábia Saudita, já como auxiliar-técnico da seleção árabe.