O
país devastado pela guerra das drogas
A criminalidade na Colômbia
vem consumindo o país de tal forma que os antropólogos
e sociólogos estão se especializando no estudo
da violência. Hoje, a Colômbia
tem uma média de homicídios que é o dobro
da brasileira - e uma taxa de seqüestro vinte vezes maior.
Estas taxas fazem das cidades de Medellín e Cali os
lugares mais violentos do Mundo.
A criminalidade atingiu um padrão
sem precedentes, a ponto de 40% do território colombiano
estar entregue a narcotraficantes, paramilitares e aos guerrilheiros
das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia
(Farc). Como conseqüência desse processo de ocupação,
estima-se que quase 2% da população - 800 mil
pessoas - tenham abandonado o país nos últimos
dez anos com medo da violência. Calcula-se que 1,5 milhão
de camponeses fugiram da violência no campo para engrossar
as favelas das grandes cidades. Um terço desse total
está na capital, Bogotá. É o terceiro
maior número de refugiados dentro do mesmo país
no mundo. Só perde para Angola e Sudão.
Os três crimes que mais assustam a Colômbia são
o homicídio, o latrocínio e o seqüestro.
As taxas de homicídios duplicaram na Colômbia
nos últimos dez anos. No caso de seqüestro, o
aumento foi ainda maior. Na década de 80, o país
tinha, em média, um por dia. Agora, tem dez. A média
de duração dos seqüestros é de quatro
a cinco meses.
A capital, Bogotá, está literalmente sitiada.
A população evita a todo custo deixar a cidade
com medo dos seqüestros, que viraram rotina nas estradas
que levam ao interior. A guerrilha criou a "pesca milagrosa",
ao interditar trechos das rodovias principais e selecionar
entre os motoristas quais deveriam ser seqüestrados.
O Ministério das Comunicações cede espaço
gratuito em rádios e TVs para a divulgação
de campanhas institucionais e de informações
sobre as vítimas. Há até um programa
de rádio chamado Em Busca da Liberdade Perdida,
que abre espaço para que parentes e amigos de vítimas
de seqüestro lhes mandem mensagens.
O medo aumentou após a entrevista coletiva dada em
abril pelo chefe militar das Farc, Jorge Briceño "Jojoy".
Ele anunciou ao país a lei número 002 da guerrilha,
que determina que toda pessoa física ou jurídica
com patrimônio superior a 1 milhão de dólares
deverá pagar um imposto às Farc. Quem não
fizer isso será "retido" até que a
quantia seja paga.
Redação Terra
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