O império do tráfico
de drogas
Os colombianos levaram tempo
demais para perceber o alcance da criminalidade gerada na
esteira do narcotráfico. Na década de 80, quando
floresceram os poderosos cartéis do pó, a Justiça
tratava o tráfico de drogas como simples contrabando.
Não existiam penas específicas para o crime
de tráfico e os chefões viveram anos de vacas
gordas.
As fatias mais carentes da população tratavam
os traficantes como seus benfeitores porque eles lhes davam
emprego e proteção. Por uma década, o
tráfico na Colômbia foi monopólio de apenas
dois cartéis, o de Cali e o de Medellín. Essa
"reserva de mercado" imposta à força
pelos cartéis ajudou a lançar as bases de um
negócio internacional, sólido e lucrativo.
Entre 1982 e 1998, os traficantes movimentaram 30 bilhões
de dólares, segundo estimativa da Organização
das Nações Unidas (ONU). Pablo Escobar, dono
do cartel de Medellín, chegou a ser o colombiano mais
famoso do mundo, ao lado do escritor Gabriel García
Márquez. Vitaminado por lucros exorbitantes, no começo
da década de 90 o tráfico conquistou um poder
assustador.
Nas eleições de 1990, cinco candidatos à
Presidência foram assassinados, mais de 100 juízes
e um quinto dos prefeitos do país foram mortos. "O
negócio cresceu muito, e ninguém se deu conta,
só começou o combate quando a corda estava no
pescoço", diz o general Rosso Serrano, ex-comandante
da Polícia Nacional. "Há 25 anos, a Colômbia
era um modesto produtor de maconha. E ninguém ligava.
Hoje, é o primeiro produtor mundial de cocaína
e segundo de heroína."
Redação Terra
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