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Secretários são ouvidos na CPI
em meio a discussões e bate-bocas

Gabriela Escobar/Redação Terra

Sexta-feira, 09 de novembro de 2001
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» A íntegra do depoimento do Secretário da Justiça e Segurança
O penúltimo dia de trabalhos da CPI da Segurança Pública do Rio Grande do Sul foi marcado por muitas discussões e quase teve momentos de agressão física. Pela manhã, o relator da CPI, deputado Vieira da Cunha (PDT) e o deputado governista, Ronaldo Zülke (PT), quase chegaram as "vias de fato" depois de uma sessão de insultos. A segurança da Casa teve de intervir para manter a ordem. As discussões amainaram por volta do meio-dia, com o depoimento do secretário estadual da Fazenda, Arno Augustin, que fez um depoimento técnico, baseado nos números dos investimentos feitos em segurança.

O secretário da Segurança, José Paulo Bisol, entretanto, não conseguiu manter a paz por muito tempo. Ele iniciou seu depoimento dizendo que as CPIs eram uma festa, nas quais nenhum brasileiro acredita. Seguindo esta linha ele disse que a CPI da Segurança não passava de uma tentativa de atingir o PT e que sequer estava investigado o que se propôs a descobrir quando foi instalada. "O que é a CPI? Quem são seus membros? O que está investigando?", indagou. Bisol também exigiu provas contra o governador Olívio Dutra que justificassem o que ele classificou de "massacre" por denúncias infundadas. "Se é para destruir alguém com base em boatos eu posso fazer isto com qualquer um de vocês", afirmou.

A declaração inicial do secretário gerou manifestações dos deputados, que exigiram respeito para a Comissão Parlamentar de Inquérito. A explanação de Bisol, que deveria ser de 15 minutos, durou mais de meia hora. Durante este período os parlamentares de oposição e situação promoveram discussões paralelas, que tiveram que ser caladas pelo presidente da CPI, Valdir Andres.

Iniciadas as perguntas, o secretário de Segurança respondeu sobre a diminuição do efetivo policial e o aumento da criminalidade no Estado. Bisol alegou que o quadro, que hoje tem o mesmo número de policiais que tinha em 1970, está em declínio há muitos anos. "Isto não é um problema do nosso governo e mesmo que fosse a criminalidade não está ligada ao número de policiais. Mesmo que colocassemos um policial em cada esquina os crimes continuariam. É como um barco, você tapa em um lado e a água entra por outro".

As perguntas correram sem problemas até que o deputado Elmar Schneider (PMDB) perguntou a Bisol se ele tinha conhecimento da gravação de uma reunião na qual o ex-chefe de polícia do Estado, Luiz Fernando Tubino, pediria a delegados de polícia que não combatessem mais o jogo do bicho porque o dinheiro da contravenção estaria sendo investido em obras sociais. Bisol disse que tinha sido informado e que foi feita uma investigação, que não comprovou o boato. Diante desta resposta os deputados da oposição se manifestaram dizendo que ele, como secretário, não poderia ter ignorado a denúncia. "Boato não pode gerar um inquérito administrativo. Porque eu não acredito em boatos, se acreditasse eu leria isto aqui (disse levantando algumas folhas impressas) e o mundo viria abaixo", disse o secretário.

Mais uma vez a declaração do secretário transtornou a sessão provocando intenso debate sobre a necessidade ou não da leitura dos documentos trazidos por ele. Durante quase uma hora este foi o mote dos debates entre governistas e oposição, até que o petista Ronaldo Zülke (PT) disse ter provas de que o delegado Nelson Soares teria duas identidades e, portanto, mentiu em seu depoimento à Comissão ao dizer que tinha apenas uma. Uma discussão sobre o assunto logo se formou e durou mais de uma hora, ao fim da qual o secretário José Paulo Bisol deixou o plenário.

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