Toledo vence e agora deverá enfrentar crise social e um Congresso dividido
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Toledo comemora vitória com mulher e filha. Povo comemora eleições nas ruas (Fotos: AP)
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Logo depois de ser divulgado o resultado das eleições peruanas, nas quais Alejandro Toledo saiu-se vencedor, especialistas afirmaram que o presidente eleito deverá solucionar em curto prazo as necessidades sociais e conciliar um Congresso dividido se quiser ter êxito no governo. Os peruanos estão desiludidos após quase um ano e meio perdido – entre a terceira reeleição e a destituição de Alberto Fujimori.
"De agora a 28 de julho, Toledo vai articular um governo de unidade nacional. Creio que não há forma de governar este país se não houver um co-governo que comprometa várias agrupações políticas", disse o analista Santiago Pedraglio.
Toledo, economista de 55 anos e com idéias de mercado livre, venceu ontem o segundo turno da eleição, concorrendo com Alan García, ex-presidente de 52 anos. O novo presidente tomará posse em 28 de julho para um mandato de cinco anos. Ele receberá o cargo das mãos de Valentín Paniagua, presidente interino que substituiu Fujimori. "Acho que procurar um acordo de agenda legislativa será o primeiro obstáculo da reforma da Constituição planejada por Toledo", disse Pedraglio.
O partido de Toledo, Peru Possível, tem 45 cadeiras num Congresso de 120. O Partido Aprista, de García, tem 28 e a terceira força política no Parlamento é a Unidade Nacional, da ex-candidata Lourdes Flores, com 17 assentos. O novo governo também terá pouco espaço para aumentar seus gastos. O déficit é de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB). "O triunfo de Toledo é relativo e demonstrou no final que será um presidente ao qual a cidadania não deu uma margem muito ampla para poder ultrapassar a liderança de García", manifestou o analista Eduardo Toche.
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