Lapis-lazúli, esmeraldas, fio cirúrgico, gás natural, algodão, seda e tapetes. Estes eram os principais produtos de exportação do Afeganistão antes de ser arruinado por mais de 20 anos de guerra e seca. Hoje, o país que conseguiu derrotar superpotências é um dos mais pobres do mundo.
Sem saída para o mar, com três quartos de seu território formado por montanhas e um clima árido, o Afeganistão vive da pequena produção artesanal e principalmente da agricultura, praticada por 85% da população. Entretanto, a evasão da mão de obra - causada pelas guerras e pelas ordens do Talibã, que proíbem mulheres de trabalhar - causou o empobrecimento da atividade. Em 1992 (último ano de estatísticas oficiais), as superfícies cultivadas eram a metade do que haviam sido antes da invasão soviética, em 1979, e a produtividade de certos cultivos caiu mais de 70%.
Três anos mais tarde, a situação piorou e a guerra fez desaparecer totalmente cultivos como a vinha, a batata e a cana de açúcar. Um exemplo claro deste declínio são os casos do trigo, do milho, do arroz, algodão e frutas - os principais produtos agrícolas do país até 1977 - que atualmente são importados pelo governo de Cabul. O cultivo de algodão e a produção têxtil também declinaram.
A indústria básica para a transformação de produtos agrícolas (açúcar, seda, conservas de fruta), que era pequena, desapareceu por completo, assim como a fabricação artesanal de tapetes e correias. O Afeganistão também deixou de exportar outro produto industrial no qual havia se especializado, o fio cirúrgico.
Como o país nunca teve um sistema bancário eficiente, os intercâmbios comerciais também ficaram profundamente desorganizados pela guerra. Finalmente, foram abandonados diversos projetos de infraestrutura que estavam planejados antes dos sucessivos conflitos, como a construção da linha ferroviária que uniria a fronteira do Irã com a do Paquistão, e a construção de oleodutos para transferir petróleo do Turcomenistão.
O país, no entanto, não é pobre de recursos. Seu solo é rico em carvão, ferro, cobre e pedras preciosas - em especial esmeraldas e lápis-lazúlis, do qual possui a maior jazida do mundo. Entretanto, a maioria das riquezas minerais não é explorada, como é o caso do chumbo, zinco, estanho, tungstênio e talvez do urânio.
Além dos metais, o Afeganistão também é rico em gás natural, com reservas avaliadas em 120 bilhões de m³ pelo Banco Mundial, em 1998. O principal produto agrícola do país é a papoula, com a qual se elabora o ópio e a heroína. O Afeganistão é responsável por 80% da produção mundial da droga.