2A guerrilha

Sequestro e últimos dias

Lamarca lidera o último sequestro de um diplomata durante o regime militar, matando um agente federal na ação, em 7 de dezembro de 1970. Em troca da vida do suíço Giovanni Bucher, os revolucionários pedem a libertação de 70 presos políticos, o congelamento dos preços por três meses e a liberação das roletas nas estações de trem do Rio. Como o governo se recusasse a libertar 13 presos, os guerrilheiros decidem eliminar Bucher, o que é impedido por Lamarca, que assume a responsabilidade por lhe poupar a vida. Bucher é libertado em 16 de janeiro de 1971.

Em março, Lamarca se junta ao Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8), organização de Iara, com quem foge para a Bahia. Ela fica escondida em Salvador enquanto ele vai com José Campos Barreto, o Zequinha, para o interior do Estado, onde ensinaria marxismo à população rural. Cartas do guerrilheiro são interceptadas, e os militares cercam o apartamento de Iara, cuja morte a tiros é noticiada como suicídio, embora a exumação do corpo, 30 anos depois, tenha identificado essa versão como improvável. A operação Pajussara é organizada para caçar Lamarca no interior. Acuados pela chegada dos militares em cada povoado por que passavam, Lamarca e Zequinha percorrem 300 km na caatinga antes de encontrarem descanso debaixo de uma baraúna. Os corpos foram pendurados e transportados até Salvador, onde foram fotografados no chão. Lamarca ainda tinha os olhos abertos.

foto: Reprodução do filme Lamarca, com o ator Paulo Betti interpretando o capitão.