A maior parte da população da cidade de Arroio do Padre é composta por evangélicos luteranos que nunca entraram em uma igreja católica. No entanto, em uma cidade tão pequena a vida social gira basicamente em torno de eventos organizados pelas igrejas, o que integrou bem a comunidade apesar das diferenças religiosas, que são deixadas de lado nas rodas de bate-papo.
"Eu fui uma vez (na igreja católica), mas nem sei bem se era uma missa católica, foi em um casamento, em São Lourenço. É bem diferente do nosso, é um senta e levanta, daí o padre fala alguma coisa e tu tem meio que repetir (...) Aqui é tudo o pastor que fala, às vezes, tem o coral que canta os hinos. Só nos levantamos quando tem oração", conta a diretora de educação da prefeitura de Arroio do Padre, Rejane Harms Altenburg, que é luterana.
Os casamentos entre católicos e evangélicos são comuns, mas quase
sempre são os luteranos que ganham mais um convertido. "Minha irmã é casada com evangélico. É difícil de se acostumar, não vou negar. Ela diz que tem que segurar a mão para não fazer o sinal da cruz quando entra na igreja, senão as pessoas se perguntam 'porque essa guria está se benzendo ai?' (...) Acontece muito de evangélico casar com católico, mas quase sempre os católicos acabam virando evangélicos, é muito difícil eles virarem católicos", diz a agricultora Mara Lucia Fouchy, 40 anos, mulher do presidente da comunidade católica de Arroio do Padre.
Pastor Evangélico Aroldo Agner
Crédito: Daniel Favero