Em uma cidade tão pequena a escolha do candidato não passa por filiação partidária, nem orientação religiosa, segundo relatam os arroiopadrenses. O que conta de verdade é a história da pessoa, e, principalmente, a de sua família. Falar o dialeto pomerano também é importante para conseguir votos dos mais idosos. Desde 1996, quando a cidade foi criada, todos os prefeitos foram luteranos, reflexo direto do que mostrou o Censo das religiões. Em 2000, o único candidato evangélico pentecostal à Câmara de Vereadores não conseguiu se eleger, mas ele nega que sua orientação religiosas tenha relação com isso.
"A campanha aqui é bem diretamente, é muito ligada à pessoa. O partido não conta muito, mas sim a pessoa",
afirma o prefeito Jaime Starke (PP). A opinião é compartilhada por quase todos entrevistados na cidade. A estratégia do prefeito que busca a reeleição é apostar nos comícios e nas conversas diretas com a comunidade.
O presidente da comunidade católica da Sagrada Família e dono da serralheria da cidade, Darlan Fouchy, 41 anos, diz que pensou em concorrer a uma das nove cadeiras de vereador, pelo PSDB (sem ter muita certeza de que esse era realmente o partido). Entretanto repensou na ideia por causa da "encrenca". "Aqui eu mando no que é meu, mas lá são os eleitores que vão mandar, vai ser complicado", ri. "É uma cidade pequena, todo mundo te conhece e vem direto falar contigo, não tem essa de ficar buzinando", completa.