Líder do movimento indígena cocalero, Evo Morales assumiu a presidência da Bolívia em janeiro de 2006, após vencer as eleições com 54% dos votos. Desde então, voltou seu governo para as camadas populares, principalmente à causa indígena, o que irritou os Departamentos (Estados) mais ricos, que decidiram exigir mais autonomia. O descontentamento quase evoluiu para uma guerra civil em 2007, quando houve confrontos em várias cidades do país. Apesar das brigas, Morales seguiu firme com sua política alinhada ao projeto bolivariano de Chávez.
O apoio às ideias do colega venezuelano ficou claro já nos primeiros meses de governo. A segunda viagem internacional de Morales como presidente foi à Venezuela. A primeira foi a Cuba. No cargo, uma das principais e mais polêmicas mudanças impostas por Morales foi a nacionalização dos hidrocarbonetos, ato que gerou tensões com o Brasil. O exército ocupou sede de companhias estrangeiras e o governo decretou que a maior parte dos lucros provenientes do gás natural ficaria na Bolívia, ao contrário do que ocorria anteriormente.