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MATO GROSSO
Explore três ecossistemas num único passeio
Em um raio de 150 km de Cuiabá estão o Pantanal, o cerrado e a Floresta Amazônica

CLAUDIO BARRETO/AE
As chapadas, comuns em Mato Grosso, mostram as belezas do cerrado brasileiro

Três dos mais belos ecossistemas do País podem ser apreciados num raio de apenas 150 quilômetros, partindo-se de Cuiabá. A leste da capital de Mato Grosso, a uma hora de carro, ficam os penhascos da Chapada dos Guimarães, com vegetação rasteira, típica do cerrado. Ao norte, está toda a exuberância da Floresta Amazônica, com a sua diversificada flora e fauna. Cem quilômetros ao sul, áreas alagadiças apontam para a região de uma das mais ricas faunas do planeta, o Pantanal Mato-Grossense. É um verdadeiro "banquete" para quem gosta de estar em contato com a natureza.

A "escaldante" capital de Mato Grosso é o ponto de partida para uma viagem ecológica fascinante pelos três ecossistemas, sem que o turista perca muito tempo nos deslocamentos terrestres. E algumas das estradas que levam a pontos importantes dessas belíssimas áreas também transformam-se em atração à parte durante a aventura. É o caso da Transpantaneira, que corta a região do Pantanal.

Para manter sua estrutura intacta, ecologistas mediram forças com o governo, que tinha projeto de pavimentar a rodovia. Eles conseguiram o arquivamento temporário do programa.

Com 147 quilômetros, a rodovia de terra batida tem 140 pontes de madeira que assustam. No entanto, depois das 30 primeiras "balançadas", a impressão de falta de segurança deixa de preocupar, pois a atenção já está voltada para as riquezas naturais. Jacarés, capivaras, cotias, cobras e muitos pássaros, como araras, gaviões e tuiuiús, ave símbolo do Pantanal, podem ser vistos sem maiores dificuldades em seu ambiente natural e à beira da estrada.


Guias
Para quem tem receio de fazer o passeio sozinho, operadoras oferecem pacotes que incluem vôos diretos a Cuiabá e a parte terrestre. Os guias locais, especializados, tornam o passeio seguro. Eles conhecem de longe os perigos e os interesses dos ecoturistas.

Mas se o negócio é aventurar-se por conta própria, saiba que - em caso de arrependimento - é possível contratar guias autônomos, principalmente para os passeios mais exóticos. O contato é feito por meio da Secretaria de Turismo, com sede em Cuiabá. A diária para os guias varia de R$ 60,00 a R$ 90,00.

Na Chapada dos Guimarães, cidadezinha de 12 mil habitantes, guias locais também podem ser contratados na Secretaria de Turismo do município. A 64 quilômetros de Cuiabá, pela Rodovia Manoel Pinheiro, a Chapada pode ser a primeira parada para quem quiser aproveitar as três paisagens.

Dois dias são suficientes para se explorar a beleza de suas formações rochosas sedimentares, onde finda, a oeste, o Planalto Central. É imperdível banhar-se numa das sete quedas d'água do local, bem como assistir ao nascer e ao pôr-do-sol nos mirantes do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, administrada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Para os místicos, o ponto geodésico da América do Sul - local mais central do continente, medido por satélite -, no alto de um mirante do parque, é parada obrigatória. Alguns acreditam que aquele é o "berço do terceiro milênio", por estar localizado sobre o paralelo 15 Sul. Outros divulgam aos quatro ventos a existência, bem ali, de um buraco na atmosfera, que permitiria a passagem de ondas cósmicas. Certo é que a vista que se tem dali é deslumbrante - e que mesmo os mais céticos podem apreciar o passeio.

Os hotéis da Serra das Araras, onde começa a Amazônia Legal, são o ponto de partida para a descoberta da diversificada vegetação local. Trafegando pela Rodovia Cuiabá-Santarém, é recomendado que se faça uma parada próxima da cidade de Jangada, a 131 quilômetros da capital mato-grossense. Além dos grandes arbustos, típicos da região, vêem-se jaguatiricas, antas, tamanduás e cobras. A paisagem rende belas fotos.

Mas a maior quantidade de bichos está concentrada nas áreas alagadas do Pantanal Mato-Grossense. Para chegar à região é necessário enfrentar a temida BR-070, na qual se vêem motoristas fazendo ultrapassagens perigosas, até atingir a MT-060, que leva à Transpantaneira. Aí é só curtir os encantos da natureza em seu estado bruto.

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